Está prestes a ter alta jovem baleada por ex-marido que cometeu suicídio
Para a família de Bruna, de 24 anos, foi um milagre. Em relação a Rafael Felastiga, que atirou na esposa e depois se matou, o sentimento é tristeza e não de ódio
Milagre. É o que a família da vendedora Bruna Moura Araújo, de 24 anos, credita a recuperação da jovem que chegou inconsciente à Santa Casa e agora está prestes a voltar para casa .
“Os médicos dizem que ela tem sorte. Mas minha mãe disse que não é sorte. Foi o Deus que a gente serve que resguardou ela”, desabafa emocionado Lozano Moura Araújo, 26 anos, irmão da vendedora ferida por um tiro no pescoço disparado pelo ex-companheiro dela, Rafael Felastiga de Souza Lima, de 27 anos, no dia 20 de dezembro de 2012, em Campo Grande.
Bruna trabalhava em uma loja da rua Maracaju e quando Rafael chegou, falava ao celular com a mãe, Maria Rosa, sobre o relacionamento conturbado com o rapaz. Eles discutiram e então o jovem atirou na ex-companheira e depois se matou.
A vendedora chegou ao hospital inconsciente, com a bala alojada no rosto. Por cerca de 10 dias a informação era de que o estado dela era grave. Mas a situação mudou.
No dia 2 de janeiro ela saiu do CTI (Centro de Tratamento Intensivo) e, de acordo com Lozano, deve receber alta até sexta-feira (11). A bala continua no rosto de Bruna e assim deve permanecer, pois não oferece risco à saúde. “Foi um milagre o tiro não ter entrado no crânio”.
“Foi Deus que salvou ela”, afirma Lozano sobre a irmã, que já está consciente, anda, movimenta normalmente os membros, mas ainda está fraca e não consegue falar. “O rosto dela está normal, os movimentos também”. Ela deve voltar a falar quando for colocado o aparelho de traqueostomia.
A família é evangélica e fez e recebeu muitas orações. “Na Santa Casa, muita gente falava que rezava pela Bruna. A gente agradece às orações”. E para agradecer a volta de Bruna para casa já está confirmada uma pequena reunião em família.
Lozano explica que a irmã não vai precisar de mobília especial. Mas, por determinação da equipe médica, a residência está sendo limpa mais do que o normal. “Temos que tirar todas as bactérias invisíveis”, conta.
Tragédia – De acordo com Lozano, a família define o caso como “tragédia que abalou as duas famílias”, disse referindo-se a de Rafael.
Segundo o rapaz, Rafael “era um grande amigo”. Eles moravam próximos e foram criados juntos. “Agora o sentimento é de alegria por ela [Bruna] estar bem e de tristeza por causa do Rafael e pela família dele”.
Lozano diz ainda que não há sentimentos de raiva nem vingança. “Ninguém tem raiva. Ninguém criou o ódio. Somos cristãos e conhecemos a palavra de Deus”. Para ele, mesmo se Bruna tivesse morrido não haveria sentimentos de ódio.
