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Capital

Estado deve economizar R$ 1 milhão com reforma de 3 escolas por presos

Ricardo Campos Jr. | 23/02/2015 12:52
Reinaldo discursa na inauguração da escola e à frente, de camiseta azul, reeducandos que trabalharam nas obras (Foto: Marcelo Calazans)
Reinaldo discursa na inauguração da escola e à frente, de camiseta azul, reeducandos que trabalharam nas obras (Foto: Marcelo Calazans)
Bruno conta os dias para o fim da pena e trabalhar na reforma é começar a nova vida com pé direito (Foto: Marcelo Calazans)
Bruno conta os dias para o fim da pena e trabalhar na reforma é começar a nova vida com pé direito (Foto: Marcelo Calazans)
Secretária de Educação quer ampliar parceria a outros municípios do estado (Foto: Marcelo Calazans)
Secretária de Educação quer ampliar parceria a outros municípios do estado (Foto: Marcelo Calazans)

Governo do estado quer ampliar parceria com a Justiça que emprega detentos na reforma de estabelecimentos públicos de ensino. Nesta segunda-feira (23), foi inaugurada a obra na Escola Padre Mário Blandino, no Conjunto Aero Rancho, terceira a receber intervenção por meio do projeto. Em julho será a vez da escola Luíza Vidal Borges, na Vila Bom Jardim, conforme anunciou a secretária de educação, Maria Cecília Amêndola da Mota.

“As escolas que estamos indicando são as piores em termos de infraestrutura e têm que combinar com o tamanho do espaço. Por exemplo, em julho tem que ser uma menor porque o espaço de tempo das férias é de 15 dias. Nós queremos nos organizar para chegar a Dourados, Três Lagoas e, em dezembro, ter uma quantidade maior de reformas”, afirmou.

Já foram beneficiadas as escolas Delmira Ramos, no Bairro Copavilla II, e Brasilina Ferraz Mantero, no Jardim Leblon. Conforme o juiz da Vara de Execuções Penais, Albino Coimbra Neto, o estado desembolsou R$ 20 mil para o salário pago aos detentos. Tendo em vista que o custo da reforma ficaria em torno de R$ 300 a R$ 350 mil, estima-se que houve uma economia de R$ 280 mil aos cofres públicos.

“Não foi fácil implementar esse regime da pena. O mais difícil é agora e cabe aos alunos e professores manter essa obra”, afirmou o magistrado durante discurso na solenidade de inauguração.

O desembargador João Maria Lós, presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, diz que o resultado da ação é muito gratificante. “Não se trata apenas da obra de uma escola, mas da ressocialização de quem cometeu um erro”

De acordo com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), somando os valores das três escolas reformadas, houve economia de mais de R$ 1 milhão. “Não eram ambientes com conforto e qualidade. Reconhecendo o erro, esses detentos estão trabalhando para saná-lo prestando serviços para a sociedade”.

Os presos envolvidos nos trabalhos acompanharam a solenidade. Bruno Eduardo Freitas Ferreira, 26 anos, é um deles. “É satisfatório o prazer de estar inserido na sociedade realizando um belo trabalho feito nesta escola para os alunos e toda a comunidade do Aero Rancho”, diz.

Preso por assalto há cinco anos, está contando os dias para o fim da pena, prevista para encerrar em abril de 2015. “Daqui para frente é cuidar da família, trabalhar, ter uma vida normal e esquecer que um dia passamos por isso. Errar é humano, persistir no erro, é burrice”, diz.

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