“Evite festinhas”, pede médica que relata sede e dor na linha de frente
A profissional de saúde alerta que há uma alta taxa de ocupação nos leitos de UTI de Campo Grande

Enquanto uma parcela da população pode decidir se fica ou não em casa nesta pandemia do novo coronavírus, aos profissionais de Saúde só resta enfrentar a covid-19 à beira leito dos enfermos.
O relato da médica Bruna Minari, postado em sua rede social, mostra que a linha de frente é feita de suor, sede e dores. A profissional é cirurgiã e tem pós-graduação em Cuidados Paliativos.
“O intuito é de ajudar as pessoas a melhorarem logo. Graça a Deus a gente tem EPI [Equipamento de Proteção Individual]. Mas a gente coloca uma roupa impermeável muito quente, a roupa que parece da Nasa. A roupa de baixo fica suada, totalmente molhada. Não consegue tomar água, não consegue fazer xixi, a máscara machuca o rosto, o face shields aperta. Tudo isso dói a cabeça. É uma situação que a gente passa porque sabe que é para ajudar uma pessoa”, afirma a médica, que trabalha em Campo Grande.
A profissional de Saúde alerta que há uma alta taxa de ocupação nos leitos clínicos e nas UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
“Temos muito pacientes internados. Peço de coração que vocês se conscientizem. Não só a questão da máscara e de lavar as mãos, que todo mundo já sabe. Mas evitar os encontros nesse momento, as aglomerações, as festinhas. A gente tem muitos pacientes assintomáticos que tem o vírus. Mas a gente não sabe em quem o vírus vai se manifestar de maneira negativa e em quem vai ser de maneira tranquila. Não coloque em risco quem você ama, isso vai passar”, diz, em tom de apelo, a médica.
Sem vacina contra o coronavírus, o “remédio” é o distanciamento social. De acordo com o último boletim epidemiológico da SES (Secretaria Estadual de Saúde), são 5.181 casos confirmados do novo coronavírus em Campo Grande.