“Exaustos de tanto procurar”, diz pai de jovem que vivia acorrentado e fugiu
Paciente psiquiátrico e usuário de drogas, rapaz chegou a ser acorrentados por familiares como medida extrema para segurá-lo
Perto de completar 48 horas, familiares do jovem, de 23 anos, que fugiu do posto de saúde do Bairro Nova Bahia depois de ser “resgatado” da residência onde mora com a família, na última quinta-feira (23), continuam buscando por informações que possam indicar seu paradeiro. “Estamos exaustos”, resume o pai do rapaz, sentado ao meio-fio, em rua da região norte da Capital, após longas horas procurando pelo rapaz.
"Estou aqui triste, chorando. Já andei esse mundo todo procurando ele e não acho", diz emocionado o pai que terá o nome preservado.
Ele e a ex-esposa, mãe do rapaz, acordaram cedo, neste sábado (25), tudo para ir a busca de informações. “Eu saí às 5h e fiquei até agora à tarde procurando. A mãe dele saiu às 9h, estamos exaustos”, classifica.

O jovem, que é paciente psiquiátrico e usuário de drogas, conseguiu fugir da unidade de saúde após ser levado para tratamento no local. Ele havia sido encontrado acorrentado em uma cama, na residência onde mora a família, dois dias atrás.
Na ocasião, os pais do jovem afirmaram ter tomado a atitude extrema para impedir que o filho saísse de casa para usar entorpecentes, situação que seria comum no dia a dia da família. Porém, conforme o pai, desta vez o tempo longe do filho tem sido maior.
“Ele sempre ficou aqui por perto . Já andei pelo Nova Bahia, Mata do Jacinto, Estrela Dalva, atravessei a BR... andamos tudo e não vamos parar”, avisa. “Quem olha pra ele acha que não tem problema algum, mas a mente dele é de criança e disso que temos medo”, complementa.
Mesmo separados, os pais do jovem dividem o mesmo terreno, morando em casas diferentes. Natural de Alagoas, o casal se mudou para Campo Grande há 8 anos, em busca de condições melhores para criar o filho. “Trabalhamos como carroceiros, juntando entulho, catando recicláveis pra criar esse menino e hoje viver uma vida dessas é triste”, argumenta.
“Talvez ele tenha perdido o sentido ou está longe e não sabe voltar”, diz esperançoso. De bicicleta, até mesmo o irmão mais novo do jovem auxilia nas buscas pelo bairro.