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Capital

Exército abre licitação de R$ 2,375 milhões para compra de kit covid

O certame foi aberto para compra de vários medicamentos, entre eles, os que compõem o polêmico kit covid

Silvia Frias | 09/08/2021 09:09
Entre os medicamentos listados pelo Exército, 28 mil comprimidos do vermífugo Ivermectina, não recomendado para tratamento. (Foto: Divulgação)
Entre os medicamentos listados pelo Exército, 28 mil comprimidos do vermífugo Ivermectina, não recomendado para tratamento. (Foto: Divulgação)

O CMO (Comando Militar do Oeste) abriu licitação com valor estimado em até R$ 2,375 milhões para compra de materiais utilizados no “enfrentamento e prevenção” da pandemia da covid-19. Entre os itens, medicamentos que fazem parte do “kit covid”, como Azitromicina, Hidroxicloroquina e Ivermectina.

A licitação, aberta hoje no Diário Oficial da União, irá atender a demanda do 9º Grupamento Logístico, localizado na Vila Alba e as propostas serão abertas no dia 23 de agosto, às 10h. Podem concorrer na disputa microempresas, empresas de pequeno porte e cooperativas.

A lista de itens será adquirida em contrato firmado por um ano, com valor fixado em tabela já prevista no edital. A demanda vai ser atendida conforme a necessidade estimada no universo de 10,5 mil militares.

Na compra, constam luvas, aventais hospitalares, máscaras cirúrgicas, álcool etílico e paracetamol.

Também constam na lista de produtos que serão comprados medicamentos que compõem o “kit covid”, ineficaz no tratamento contra covid-19, em qualquer fase da doença, como a Ivermectina. Cloroquina e Hidroxicloroquina são usados no tratamento de malária.

Na lista, 20 mil comprimidos de Azitromicina (500 mg), 35 mil comprimidos de Dexametasona (500 mg), 28 mil comprimidos de Ivermectina (concentração 6 mg), 10 mil de Azitromicina sulfato (dosagem 400 mg) e 10 mil comprimidos de sulfato de Hidroxicloroquina.

Há ainda outro não tão divulgado, mas que também consta como pretenso preventivo da covid, como o vermífugo Nitazoxanida, com pedido de até 14,6 mil comprimidos. Na lista, ainda há 21 mil comprimidos de Ondansetrona Cloridrato, medicamento para tratamento gastrointestinal que, segundo estudo da Instituto Osvaldo Cruz, não é recomendado para ser ministrado concomitantemente à cloroquina.

Na justificativa, os pedidos são feitos semestralmente, a serem usados por médicos, dentistas, farmacêuticos e profissionais da enfermagem, conforme necessidade do atendimento, em ambiente hospitalar ambulatorial ou urgência/emergência. No edital, não consta em qual fase da doença os medicamentos poderiam ser usados.

Na pandemia da covid-19, o uso do tratamento preventivo foi alvo de polêmica e contestação, sendo comprovadamente ineficaz, depois de gastos já feitos pelos governos, federal, estaduais e municipais.

O Laboratório Químico Farmacêutico do Exército (LQFEx) ampliou a produção de medicamentos dos componentes do kit covid, como a cloroquina, a mando dos Ministério da Defesa e da Saúde, conforme reportagem divulgada pelo jornal El País, em 13 de julho.

A reportagem entrou em contato com a comunicação do Exército para saber em que fase do “enfrentamento e prevenção” contra a covid-19 os medicamentos seriam usados e porque não poderia ser produzido pelo laboratório, e aguarda retorno.

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