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Capital

Falha do IMOL leva júri a absolver acusados de matar e queimar mulher

Alan Diógenes | 04/11/2015 19:04
Acusados foram absolvidos por falta de provas, devido à falha no Imol. (Foto: Marcos Ermínio)
Acusados foram absolvidos por falta de provas, devido à falha no Imol. (Foto: Marcos Ermínio)

A falta de reagente químico para realização de exame de DNA não conseguiu provar que o dono da Boate Paraíso, Fernando Augusto dos Reis Guimarães, 27 anos, e o pedreiro José Carlos da Silva, 29, mataram a garota de programa Viviane Rodrigues de Matos, 31, no dia 6 de setembro de 2013. O exame, que não foi feito, poderia constatar que o sangue encontrado no carro de Fernando era o mesmo encontrado no local onde a vítima foi morta, em um dos quartos da boate.

O júri absolveu os acusados pelo crime de homicídio, acatando a tese da defesa, que alegava falta de provas periciais. Ficou constatado que eles apenas atearam fogo no corpo da vítima, o que perante a Justiça se classifica como "crime de menor potencial ofensivo".

Ambos receberam o alvará de soltura, mas o promotor que acompanhou o caso afirmou que irá recorrer da decisão do júri, que absolveu os réus por maioria dos votos declarados. O juiz Aluízio Pereira dos Santos presidia o julgamento e não fixou pena até que haja resposta quanto ao recurso impetrado ao MP (Ministério Público) pelo promotor.

Durante o julgamento de ambos, na manhã desta quarta-feira (4), na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, Fernando negou o crime e inocentou José. Ainda disse que não sabia quem poderia ser o autor (es) do crime.

Ele contou que prestou quatro depoimentos à polícia na época, sendo que a partir do terceiro, alegou ter sido torturado para que confessasse o crime. “Eles pressionavam demais, então só confessava. Ou falava, ou continuavam me batendo”, apontou.

José confirmou que também foi torturado pela polícia, fazendo com que ele confessasse o crime. “Eles me disseram que ia me fazer lembrar da Viviane, então me algemaram e colocaram em cima de uma mesa. Eles colocaram um saco na minha cabeça e me torturaram”, disse José.

Sobre o sangue encontrado no carro de Fernando, ele assegurou que havia cortado o joelho em uma cerca de arame enfarpado e não tinha onde limpar, por isso o sangue foi encontrado no veículo. Ainda apontou que o automóvel foi vendido 15 dias após o crime, alegando que o negócio havia sido fechado antes do homicídio.

O inquérito demonstrava que todas as provas da autoria do crime apontaram para Fernando, que durante depoimento à polícia anteriormente, afirmou que José Carlos também participou do homicídio, versão que foi mudada durante o julgamento.

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