ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JULHO, QUARTA  30    CAMPO GRANDE 13º

Capital

Giroto tenta levar ao STF processo sobre mansão no Damha

Ex-deputado alega que era deputado federal durante Operação Lama Asfáltica

Por Silvia Frias | 14/04/2025 11:02
Giroto tenta levar ao STF processo sobre mansão no Damha
Imóvel do ex-deputado que consta na denúncia do MPF (Foto/Arquivo)

A Justiça Federal de Campo Grande encaminhou ao TRF3ª Região (Tribunal Regional Federal) recurso do ex-deputado federal e ex-secretário Estadual de Obras Públicas e de Transportes Edson Giroto, para que se decida o destino da denúncia contra ele por lavagem de dinheiro, no uso de R$ 2,8 milhões na compra de casa no Damha I.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

A Justiça Federal de Campo Grande encaminhou ao TRF3 o pedido do ex-deputado Edson Giroto para decidir o destino da denúncia por lavagem de dinheiro na compra de uma casa. Além de Giroto, foram denunciados Rachel Giroto e Denize Coelho. O ex-deputado quer que o STF julgue o caso. O processo, parte da Operação Lama Asfáltica, teve atos anulados em 2021 e a denúncia foi recebida novamente em 2022. Em 2025, o STF decidiu que crimes cometidos no cargo mantêm foro privilegiado. A defesa de Giroto alega que os crimes ocorreram enquanto ele era secretário, pedindo julgamento no STF. O MP quer que a ação prossiga na 1ª instância. O juiz Felipe Tavares declarou a incompetência da Justiça Federal e enviou o caso ao TRF3. A denúncia envolve R$ 2,8 milhões usados na construção de um imóvel, com suspeitas de desvio de verbas públicas.

Além de Giroto, foram denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) a empresária Rachel Rosana de Jesus Portela Giroto, e a ex-secretária dele, Denize Monteiro Coelho. O ex-deputado tenta enviar a denúncia para que julgamento seja feito no STF (Supremo Tribunal Federal).

O processo teve diversos desdobramentos ao longo dos anos. Em 2021, o juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal, foi declarado suspeito para atuar em ações ligadas à Operação Lama Asfáltica, o que resultou na anulação de atos decisórios e redistribuição do caso. A denúncia foi novamente recebida em novembro de 2022.

No entanto, um novo elemento jurídico mudou os rumos do processo. Em 11 de março de 2025, o STF fixou tese com repercussão geral no julgamento de habeas corpus, estabelecendo que a prerrogativa de foro se mantém para crimes cometidos no exercício do cargo e em razão das funções, mesmo após o desligamento do posto.

Giroto tenta levar ao STF processo sobre mansão no Damha
Edson Giroto era deputado federal, mas estava licenciando para função de secretário de Obras (Foto/Arquivo)

A Corte já vem aplicando esse entendimento em casos concretos e, na semana passada, determinou que várias ações da Operação Lama Asfáltica que tem com réu o ex-governador do Estado, André Puccinelli, Giroto e outros acusados fossem remetidas ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), por conta do foro privilegiado de Puccinelli.

Porém, com base nesse precedente, a defesa de Giroto argumentou que os supostos crimes ocorreram enquanto era deputado federal, licenciado para exercer a função de secretário e, portanto, devem ser julgados pelo STF. As defesas de Denize Monteiro Vieira Coelho e Rachel Rosana de Jesus Portela Giroto, também rés no processo, seguiram a mesma linha, pedindo a suspensão do feito ou sua remessa ao tribunal competente.

O Ministério Público manifestou pelo prosseguimento da ação na 1ª instância até decisão definitiva do STF.

O juiz federal substituto Felipe Alves Tavares declarou a incompetência da Justiça Federal para julgar o recurso e determinou remessa ao TRF3ª Região, que teria competência para julgar Giroto neste caso. Essa decisão segue a constituição, que permite que certas autoridades, como secretários de Estado, sejam julgadas por tribunais e não por juízes de primeira instância.

Dependendo do entendimento, o caso pode ficar no tribunal ou ser remetido ao STF, como o ex-deputado reivindica.

A denúncia - No período entre maio de 2012 e maio de 2015, foram movimentados R$ 2.800.101,28 provenientes direta e indiretamente dos delitos narrados na Operação Lama Asfáltica – desvio de verbas públicas, peculado e fraudes em licitação – para a construção do imóvel no Damha I.

As irregularidades foram apontadas na 2ª fase da Operação Lama Asfáltica, a Fazendas de Lama. Na denúncia, o MPF alega que a compra era incompatível com a renda de Giroto. Testemunhas relataram que o pagamento feito à construtora era feito em dinheiro, entregue em envelopes e sacolas.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.