Grupo com atuação em MS movimentou 160 milhões em drogas usando aviões
Em Campo Grande, mandado foi cumprido em oficina aeronáutica, instalada em aeroporto
A PF (Polícia Federal) de Araçatuba cumpre 33 mandados de busca e apreensão e de prisão em Mato Grosso do Sul e em mais três estados contra o tráfico de drogas por via aérea. A investigação durou cerca de um ano e identificou esquema que movimentou R$ 160 milhões em contas bancárias de pessoas físicas, empresas vinculadas e terceiros, utilizadas para dissimular a origem e o destino dos recursos ilícitos.
RESUMO
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A Polícia Federal deflagrou operação contra o tráfico aéreo de drogas em quatro estados, cumprindo 33 mandados de busca e apreensão. A investigação, que durou um ano, revelou esquema que movimentou R$ 160 milhões em contas bancárias para dissimular recursos ilícitos. A Operação Red Flag identificou uma organização criminosa que utilizava aeronaves agrícolas para transportar cocaína. Em uma única ação, foram transportadas quase uma tonelada da droga no Paraná. A PF apreendeu um avião e descobriu pista clandestina em propriedade de empresário do setor de aviação agrícola.
Em MS, a Operação Red Flag (bandeira vermelha) cumpre dois mandados de busca e apreensão em Aral Moreira e outro, também de busca, em Campo Grande. As ações também foram deflagradas em Araçatuba, Birigui, Vera Cruz, Catanduva e Garça (SP); Curitiba, Londrina e Toledo (PR); e Colíder (MT).
Um dos alvos da ação é um empresário do setor de aviação agrícola que tem propriedades em Vera Cruz e Garça. Na operação, os policiais federais encontraram uma pista de pouso clandestina e apreenderam um avião, além de outros equipamentos de aviação.
Segundo a PF, as investigações começaram após a identificação de um piloto da região de Araçatuba que seria um dos responsáveis pelo transporte de drogas em aeronaves a serviço de uma organização criminosa interestadual.
As aeronaves utilizadas no tráfico eram preparadas em oficinas e hangares na cidade de Birigui (SP), de onde partiam carregadas com cocaína para diferentes estados.
Ainda segundo a PF, o grupo agia com estrutura complexa e hierarquizada, dividida em núcleos de logística aérea e terrestre, gerenciamento financeiro e assessoria voltada à ocultação de bens e valores. Em apenas uma das ações criminosas, no final de 2024, os investigados transportaram quase uma tonelada de cocaína em aeronaves agrícolas no interior do Paraná.
Os investigados ostentavam elevado padrão de vida, com aquisição de imóveis de luxo, propriedades rurais, veículos, embarcações e aeronaves.
A ação contou com apoio e atuação conjunta do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Estado de São Paulo, Núcleo Araçatuba, e com medidas cautelares decretadas pela Justiça Estadual de Birigui, voltadas à desarticulação financeira do grupo criminoso.
Todo o material apreendido, como documentos, equipamentos eletrônicos e veículos, será encaminhado à sede da PF em Araçatuba para análise.
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