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Capital

Homem que matou idoso diz que confundiu vítima com marido de ex-mulher

Viviane Oliveira | 17/03/2014 11:55
paulo Cássio, de camiseta azul, durante julgamento nesta manhã. (Foto: Viviane Oliveira)
paulo Cássio, de camiseta azul, durante julgamento nesta manhã. (Foto: Viviane Oliveira)

Durante julgamento na 1ª Vara do Tribunal do Júri na manhã de hoje (17), o réu Paulo Cássio Esmeralda de Oliveira diz que esfaqueou Jaime Rodrigues da Costa, 70 anos, por legitima defesa.

A versão que ele apresentou é a que a ex-mulher estava fazendo ameaças. Quando se deparou com o idoso se aproximando, acreditou que se tratava de alguém que o quisesse matar a mando dela.

No dia do crime, o idoso acompanhava a neta a poucos metros de distância, para assegurar que ela chegaria bem em casa, quando viu o homem se aproximando.

Jaime foi morto a facadas na madrugada do dia 30 de outubro de 2012, no bairro Itamaracá, em Campo Grande. A vítima tentava defender a neta de 16 anos, pois flagrou o réu seguindo a menina. Segundo laudo da perícia, o idoso morreu por conta de uma hemorragia interna. No corpo, havia 22 lesões provocadas por faca.

Paulo conta que estava dormindo em uma mecânica onde trabalhava, quando saiu para comer alguma coisa na região. No caminho, segundo ele, se deparou com o idoso dizendo vou te matar, você está mexendo com a minha neta.

Ainda conforme depoimento do réu, o idoso estava com uma faca e começou a agredi-lo, quando os dois caíram no chão. Ele foi ferido na mão direita, mas conseguiu pegar a faca da vítima e começou a golpea-la.

Vagner Rodrigues, filho da vítima, clama por justiça. (Foto: Marcos Ermínio)
Vagner Rodrigues, filho da vítima, clama por justiça. (Foto: Marcos Ermínio)

De acordo com a adolescente em depoimento, gravado durante audiência e apresentado hoje, quando percebeu que estava sendo seguida por Paulo apertou os passos. Ao chegar ao portão de casa viu o réu esfaqueando o avô. “Ele gritava muito e não tinha como se defender. Os dois estavam no chão”, diz a menina.

Depois do crime, Paulo fugiu e foi preso horas depois pela Polícia Militar. A faca foi apreendida no imóvel onde estava. Ele também chegou a ficar 4 dias internado na Santa Casa por conta de um ferimento na mão.

Paulo afirma ainda, que a faca não era dele e sim do idoso. Informação desmentida pelo promotor de Justiça Manoel Veridiano Fukuara Rebello Pinho. “Jaime estava apenas de short e chinelo”, destaca.

Quanto a legitima defesa alegada pelo réu, o promotor compara o tipo físico do idoso com o do réu, que na época tinha 34 anos. “Sem dúvida nenhuma, por ser bem mais jovem, Paulo tem mais força e se fosse para se defender ele não tinha ferido o idoso por 22 vezes”, acrescenta.

Crimes - De acordo com o assistente de acusação, Antônio Frazão, Paulo cometeu dois crimes em 1997 no estado de São Paulo. Ele foi condenado a 12 anos de prisão por um homicídio e a 5 anos por roubo.

Cerca de 10 anos da pena foram cumpridos no regime fechado de Campo Grande. E Paulo só saiu da cadeia em razão da liberdade condicional, situação em que ele se encontrava quando matou Jaime. “O réu chegou a conseguir liberdade provisória por este crime, mas o juiz regrediu porque ele estava em condicional. A revolta é que se ele não tivesse cometido outros crimes, estaria solto”, explica o assistente.

O resultado do julgamento deve sair apenas no final tarde. 

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