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Capital

Igreja mantida por falsa pastora abriu há menos de 3 meses, dizem vizinhos

A responsável pelo templo na Vila Palmira foi presa pela Polícia Civil nesta segunda-feira

Marta Ferreira e Maressa Mendonça | 03/09/2019 19:16
Igreja que era mantida por mulher presa está sem qualquer movimentação. (Foto: Maressa Mendonça)
Igreja que era mantida por mulher presa está sem qualquer movimentação. (Foto: Maressa Mendonça)

A igreja comandada pela falsa pastora presa sob acusação de explorar financeiramente os fiéis, na Vila Palmira, começou a reunir gente há menos de três meses, relataram ao Campo Grande News vizinhos ao imóvel, agora sem qualquer movimentação. Entre eles, a prisão de Claudeci Santos Almeida, de 32 anos, causou surpresa, apesar das revelações de “pé atrás” com o templo religioso, que chamou a atenção por exibir na fachada a frase “Saqueando o Inferno e Povoando o Céu".

Vivendo há um ano em uma casa aos fundos do terreno do lado da igreja, denominada Pentecostal Palavra Viva, o morador João Zatti, 25 anos, lembra que, em torno de três meses atrás, quando a movimentação começou, se preocupou com o barulho, mas acabou tendo problemas. Segundo ele, os cultos eram bastante lotados.

Zatti se revelou surpreso ao saber, pelos jornais, da notícia da prisão da responsável religiosa, segundo a polícia uma golpista. “A gente não sabe quem está perto da gente”.

Segundo ele, a atividade religiosa surgiu “do nada” no lugar. Duas casas depois, o aposentado Alberto Pinheiro, de 70 anos, que durante muitos anos foi pastor da Igreja Batista, também relatou que a igreja era recente e abriu sem qualquer contato com a comunidade.

Alberto Pinheiro, que foi pastor, criticou exploração da fé para conseguir dinheiro.
Alberto Pinheiro, que foi pastor, criticou exploração da fé para conseguir dinheiro.

"Evangelho é para salvar, santificar e dar esperança. Não é pedir dinheiro”. Na visão dele, esse tipo de fato atrapalha as comunidades religiosas sérias", afirma vizinho à igreja de falsa pastora.

Com a experiência de quem já foi líder religioso, se disse surpreso com a informação da prisão e criticou o uso da fé da forma como a polícia atribuiu à mulher presa. “Evangelho é para salvar, santificar e dar esperança. Não é pedir dinheiro”. Na visão dele, esse tipo de fato atrapalha as comunidades religiosas sérias.

“Não tem necessidade de ficar persuadindo, a persuasão afeta o emocional”, disse, depois de comentar que a doação de valores para obras religiosas deve ser espontânea.

A prisão - Suspeita de estelionato contra fiéis, a falsa pastora foi presa nesta segunda-feira (2) no município de Ribas do Rio Pardo – a 103 quilômetros da Capital. Segundo divulgado, ela cobrava dinheiro “para as obras de Deus” e já tinha conseguido arrecadar até R$ 20 mil;

Apesar de a prisão ter ocorrido no assentamento Nova Mutum, no interior do Estado, a suspeita é de que a mulher também vinha realizando atendimentos religiosos em sua casa, assim como na residência das vítimas e na igreja localizada na Rua dos Tupinambás, na Vila Palmira.

Ainda segundo a polícia, Claudeci também era procurada em Goiás, onde havia mandado de prisão contra ela em aberto, por aplicar golpes na região. Conforme fiéis, ela chegou a receber doações de até R$ 20 mil e se apossava dos valores que eram utilizados para gastos pessoais.
A Justiça mandou transferi-la para Campo Grande.

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