ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 32º

Capital

Incidência de covid por 100 mil habitantes sobe de 479 para 1.629 em 1 mês

Em junho, quando os casos começaram a subir, a proporção era mais distante, 15 vezes menor que agora

Lucia Morel | 14/08/2020 06:55
Centro lotado em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Centro lotado em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Com o aumento gigantesco no número de casos de covid-19 em Campo Grande, a incidência da doença, obviamente, disparou. Hoje, de cada 100 mil habitantes da Capital, 1.630 já foram infectados. Em abril, essa taxa não chegava a 7, evidenciando o quanto o novo coronavírus já se alastrou entre a população.

Os números baseados em proporções de 100 mil habitantes servem para a comparação - entre cidades, estados e outros locais com diferentes tamanhos de população – justa dos dados reais de determinada localidade.

Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, a incidência de covid-19 na cidade de Bataguassu é quase duas vezes maior que na Capital. No entanto, a população de lá – 23.024 habitantes – é quase 40 vezes menor que a de Campo Grande, onde moram 895.982 pessoas.

Tal medida revela, então, que com a incidência maior em uma cidade menor, com menos moradores, o vírus está circulando mais e atingindo mais pessoas, proporcionalmente.

Arte: Ricardo Alves
Arte: Ricardo Alves

Segundo o médico infectologista Júlio Croda, pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) explica que saber a incidência da doença por 100 mil habitantes ajuda a identificar o tamanho da circulação do vírus e a apontar medidas para que haja redução de casos.

“Entender a incidência ajuda na comparação de diferentes cidades com diferentes tamanhos de população. Essa comparação fica mais fácil que o dado bruto, identificando onde a circulação está maior e onde está ocorrendo mais mortes”, explica.

Dessa forma, quanto maior for a taxa de incidência, maior a transmissão do vírus e maior é o número de pessoas infectadas, mostrando se o avanço é preocupante ou não.

Para o especialista, tais dados deveriam ainda balizar as medidas adotadas pelo Poder Público diante da doença, mas não é o que ocorre. Para Croda, a Prefeitura de Campo Grande deveria adotar lockdown para evitar a disseminação da doença, mais mortes e lotação em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Fonte: SES
Fonte: SES

Com isso, seria possível reduzir a velocidade de crescimento do contágio, já que o isolamento é a única arma que funciona efetivamente contra o novo coronavírus. Segundo Croda, a medida correta contra a covid-19 não é aumentar o número de leitos, mas reduzir a quantidade de infectados, até que a transmissão caia.

Nos siga no Google Notícias