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Capital

Integrante do PCC nega "tribunal do crime" e diz que era amigo de "Neblina"

Autores tentaram decapitar vítima que devia R$ 2 mil para a facção e abandonaram corpo em mata

Dayene Paz e Ana Lívia Tavares | 20/10/2021 10:31
Denilson durante julgamento nesta quarta. (Foto: Marcos Maluf)
Denilson durante julgamento nesta quarta. (Foto: Marcos Maluf)

Denilson Ramires Cardozo e Igor de Oliveira Porto sentam no banco dos réus nesta quarta-feira (20), pela morte de Bruno Schon Pacheco, de 28 anos, conhecido como "Neblina". O rapaz foi assassinado no chamado "tribunal do crime". Quatro homens são acusados, mas os processos foram desmembrados pela Justiça.

No plenário da 2ª Vara do Tribunal do Júri, em sessão presidida pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, durante interrogatório - apontado como a pessoa que levou Bruno até o cativeiro, o manteve em cárcere e ajudou na execução - Denilson negou, afirmando  que era amigo de Bruno, há mais de 10 anos.

Ele alegou que não conhece Igor e Carlos Eduardo Ozório Martins. No entanto, confirmou que conhecia Marcelo Leandro Barbosa Gotardo, pois frequentavam a mesma pista de skate da Orla Morena. Carlos Eduardo e Marcelo também são réus no caso.

Na data do crime, disse que Neblina chegou a ir em sua casa para fumar maconha, onde ficou cerca de 20 minutos. Depois, saiu do local dizendo que iria "resolver uns problemas". Denilson diz que não perguntou o que era e afirma que só soube da morte porque viu no Facebook. "O único envolvimento que tenho é que ele foi na minha casa e disseram que eu arquitetei isso. Mas, em nenhum momento, eu chamei ele para ir lá, não planejei nada".

Sessão é presidida pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos. (Foto: Marcos Maluf)
Sessão é presidida pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos. (Foto: Marcos Maluf)

Como na maioria dos júris de integrantes do "tribunal do crime", o plenário está vazio. A não ser pela presença do pai da vítima que acompanha o julgamento. Foi ele quem denunciou a polícia o desaparecimento do filho.

Morte - Conhecido como Neblina, Bruno Schon foi julgado e morto por membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), em julho de 2019. Ele venerava a facção criminosa na internet. Em sua página no Facebook, o rapaz escrevia frases como: "PCC - Dou a minha vida pela a nossa família; Paz, justiça, liberdade, igualdade e união a todos 1533". O número faz referência a ordem das letras P e C no alfabeto.

O rapaz era membro da facção e no dia do crime acompanhou, por livre e espontânea vontade, o grupo que o mataria, pois acreditava que iria apenas receber um castigo, por dever mais de R$ 2 mil ao "partido". Quando descobriu o que realmente iria acontecer, implorou para não ser morto, mas não adiantou.

Bruno Schon, morto em julho de 2019. (Foto: Arquivo / Divulgação)
Bruno Schon, morto em julho de 2019. (Foto: Arquivo / Divulgação)

O corpo de Bruno foi encontrado no início da tarde do dia 29 de julho, em uma mata nos fundos da área invadida da construtora Homex, na região sul de Campo Grande. Os criminosos, segundo a polícia, tentaram decapitar a vítima, mas não conseguiram. Abandonaram o corpo e fugiram.

Dias antes, Bruno havia sido sequestrado pela facção, mas escapou do assassinato ao ser resgatado pela Polícia Militar. Ele é filho de Wilde Pacheco, condenado por assassinar o policial federal Fernando Luís Fernandes, em dezembro de 1989, na Capital.

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