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Capital

Intoxicação em escola expõe carência de pediatras em unidades da Capital

Fabiano Arruda e Viviane Oliveira | 27/09/2011 19:16
Mãe leva gêmeas à UPA no bairro Universitário. (Foto: Simão Nogueira)
Mãe leva gêmeas à UPA no bairro Universitário. (Foto: Simão Nogueira)

A suspeita de intoxicação alimentar que afetou pelo menos 115 crianças nesta tarde na Escola Municipal Iracema Maria Vicente, que fica no bairro Rita Vieira, expôs a carência que as unidades de saúde pública de Campo Grande sofrem com médicos pediatras.

Na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Universitário, 36 alunos foram encaminhados num momento em que não havia pediatras de plantão.

Os primeiros atendimentos foram feitos por médicos e enfermeiros que estavam na unidade. Só no início da noite é que um pediatra teria chegado ao local.

A imprensa não tem acesso ao interior da UPA. Três guardas municipais estão em frente à unidade e impedem a entrada.

Do lado de fora, pais contam a experiência atípica para uma tarde de terça-feira. A comerciante Lucineia Rodrigues, 36 anos, conta que têm gêmeas, de 10 anos. Uma delas comeu a farofa oferecida na merenda de hoje e teve indisposição, enquanto a outra, que não provou do alimento, escapou do mal estar.

Ela chegou à unidade e foi informada de que a filha estava tomando soro, no entanto, depois que o pediatra chegou ao local, “liberou” a menina, segundo a mãe.

Já a cabeleireira Márcia Vicente, 28 anos, tem três filhos que estudam na escola e narra que cada um foi encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento da Capital.

O de 11 anos foi levado à unidade da Vila Almeida, o de 7 anos ao Coronel Antonino e o terceiro, de 9 anos ao bairro Universitário, onde ela estava. Era o único filho que ela sabia o estado saúde. “Não sei como estão os outros”, comenta, aflita.

José Aldo Vieira de Lima, de 37 anos, pai de um menino de 7, conta que chegou à unidade de saúde no bairro por volta das 17 horas. “Quando cheguei não havia pediatra e meu filho foi atendido por médicos e enfermeiros que estavam no plantão”, disse.

Intoxicação - Por volta das 15h30 desta terça-feira pelo menos 115 crianças começaram a passar mal na escola. A principal suspeita é que a indisposição foi motivada pelo almoço que foi servido, composto de arroz, salada de repolho com tomate, feijão e uma farofa feita de salsicha e ovo.

Cerca de 30 bombeiros foram acionados, além de quatro viaturas do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Um microônibus está foi encaminhado ao local para transportar as crianças.

Os alunos têm de seis a 11 anos de idade e alguns casos foram identificados em estágio avançado de desidratação. Algumas crianças foram retiradas da escola desmaiadas, outras vomitando muito.

Segundo a prefeitura, há três hipóteses. Virose, intoxicação por conta da água ou alimentar, bem como sabotagem interna na própria escola.

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