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Capital

Investigações contra PCC ligam presos de MS com facções do Norte do País

Ao todo foram quatro busca e apreensão e quatro de prisão preventiva contra internos da PED e da Máxima de Campo Grande

Geisy Garnes | 10/07/2019 07:15
Três internos da Máxima foram alvo da operação desta terça-feira (Foto: Arquivo)
Três internos da Máxima foram alvo da operação desta terça-feira (Foto: Arquivo)

Durante a Operação Irmandade, realizada na manhã desta terça-feira (9), equipes da Polícia Federal de Rondônia foram aos dois maiores presídios de Mato Grosso do Sul para cumprir mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva contra integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Essa é a segunda vez no ano que as investigações ligam internos do sistema prisional do Estado a ações da facção no norte do país.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, os policiais cumpriram três mandados de busca e apreensão e três de prisão preventiva do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho - a Máxima de Campo Grande – e outros dois (um de busca e apreensão e outro de prisão) na PED (Penitenciária Estadual de Dourados).

Os nomes dos alvos da operação não foram divulgados, mas segundo nota, os envolvidos são apontados como líderes da facção que mesmo presos comandavam o tráfico de drogas e armas fora dos presídios. Para isso, tinham amplo acesso a celulares e mantinham contato direto com os comparsas em liberdade, principalmente com as esposa e companheiras.

Ao longo das investigações foram apreendidas armas e munições negociadas pelos investigados, que segundo a polícia seriam utilizadas para furtos e roubos de veículos, geralmente trocados por drogas ou usados em atentados contra membros de facções rivais.

Ao todo, a Operação Irmandade cumpriu 20 mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão nas cidades de Porto Velho, Guajará-Mirim, Vilhena, Ji-Paraná, Cacoal, Dourados e Campo Grande. Ainda segundo a Polícia Federal, as celas dos presídios também foram vistoriadas em buscas de celulares e drogas.

Ligação antiga – Em fevereiro deste ano a Polícia Civil de Rondônia prendeu Dione Almeida Borges, de 34 anos, interno da Máxima de Campo Grande, por envolvimento em assassinatos e roubos no norte do país. Conhecido como Papaleguas, o suspeito cumpria pena por crime de roubo quando foi alvo de ações da Operação Intramuros.

As investigações que resultaram na operação começaram devido ao aumento de roubos e homicídios na cidade de Vilhena (RO). Durante as apurações, os policiais constataram que os crimes eram cometidos a mandado de líderes da facção paulista, com ordens dadas por Tribunais do Crime.

Segundo a polícia de Rondônia, as investigações mostraram ainda que a hierarquia do PCC no estado tinha como líderes presos em Campo Grande, que comandavam tudo por telefone. Em nove meses de investigação, a Polícia Civil mapeou oito homicídios tentados e consumados, praticados em Vilhena, Mato Grosso do Sul e Porto Velho, além de tráfico e roubos, ordenados de dentro dos presídios.

Em junho de 2018 a Operação Paiol do Mal, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), interceptou ligações de internos da PED com os integrantes do PCC também em Rondônia.

Rafael Pimentel Duarte de Souza - apontado como o mandante da execução do agente penitenciário Carlos Augusto Queiroz de Mendonça, em fevereiro de 2015 - na época era quem comandava as ações da facção no estado a mais de 1.800 quilômetros de Campo Grande de dentro da PED.

As gravações aconteceram durante os meses de setembro e outubro de 2017. Segundo relatório do Gaeco, por telefone, o interno participa de batismos e até tratava de assuntos estratégicos visando a expansão de ações defensivas na disputa de “território” contra outras facções rivais no norte do país.

Em um dos áudios, Rafael, conhecido como “Revolucionário” conversa com “Geral do Cadastro dos Estados e Países” sobre o panorama das unidades prisionais de Rondônia e detalha que na época das 24 penitenciárias de Rondônia, onze delas tinham integrantes do PCC.

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