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Capital

Jamil Name, Jamilzinho e mais 19 viram réus em mais uma ação da Omertá

Eles são acusados dos crimes de organização criminosa armada, formação de milícia, tráfico de armas, extorsão e corrupção ativa

Marta Ferreira | 22/10/2019 14:30
Parte do dinheiro apreendido em armário na casa do empresário Jamil Name, no dia 27 de setembro. (Fotos: Divulgação Gaeco)
Parte do dinheiro apreendido em armário na casa do empresário Jamil Name, no dia 27 de setembro. (Fotos: Divulgação Gaeco)

Menos de um mês depois da Operação Omertà, o empresário Jamil Name, 80 anos, o filho, Jamilzinho, 42 anos, e mais 19 pessoas, entre elas 15 agentes públicos de segurança, viraram réus por crimes de organização criminosa armada, formação de milícia privada, corrupção ativa de servidores públicos, tráfico de armas e extorsão.

A juíza May Melke Amaral Siravegna, da 4ª Vara Criminal Residual de Campo Grande, acatou a denúncia apresentada no dia 15 de outubro pelo Gaeco (Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), a quarta derivada da operação desencadeada no dia 27 de setembro, contra grupo de extermínio ao qual são atribuídas pelo menos 8 execuções em uma década.

O processo corre em segredo de Justiça. A reportagem apurou que foi decretada, novamente, a prisão preventiva de Jamil Name e do filho. Eles estão encarcerados desde o dia da operação. A defesa já tentou, sem sucesso, derrubar a ordem de prisão ou conseguir que o empresário mais velho ficasse em prisão domiciliar, em razão da idade avançada e das doenças alegadas, mas o Tribunal de Justiça negou o pedido. Agora, com outra ordem de detenção, a liberdade fica ainda mais longe.

O patriarca da família Name, empresário e pecuarista oficialmente, já é reu por posse ilegal de armas, por crimes contra o sistema nacional de armas - por causa da apreensão de arsenal destinado ao grupo, em maio deste ano - e ainda por organização criminosa e obstrução da justiça.

Dos 23 alvos da operação Omertà, dois ficaram de fora dessa denúncia maior, o advogado Alexandre Franzoloso, que chegou a ter prisão provisória decretada. Franzoloso conseguiu reverter a determinação com liminar do Tribunal de Justiça, atendendo a pedido da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Ele foi denunciado na ação por obstrução de justiça, sob acusação de tentar impedir a colaboração do ex-guarda civil municipal Marcelo Rios na investigação.

Outro que ficou de fora é o comerciante Rudney Machado Medeiros, conhecido como “Mortadela”, 37 anos. 

A denúncia acatada mostra a existência de organização criminosa dividida em quatro núcleos, com o empresário Jamil Name no comando e o filho na segunda linha de chefia. 

Taco de baseball revestido de arame farpado que também foi apreendido na Omertà.
Taco de baseball revestido de arame farpado que também foi apreendido na Omertà.

Pistoleiros – O Gaeco ainda não fez à Justiça denúncias relacionadas aos homicídios atribuídos ao grupo. Elas devem ser feitas em cada processo aberto.

Porém, pelo que foi levantado, entre os réus dessa ação acatada nesta segunda-feira estão os dois homens apontados como o “fim da linha” do grupo criminoso, os pistoleiros a quem cabia executar as vítimas do bando, José Moreira Freires, 46 anos, e Juanil Miranda Lima, 43 anos.

Advogado – Entre os que não foram denunciados nesta ação, conforme levantado, está o advogado Alexandre Franzoloso, que chegou a ter prisão provisória decretada. Franzoloso conseguiu reverter a determinação com liminar do Tribunal de Justiça, atendendo a pedido da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

A força-tarefa que desembocou na Omertà foi criada para investigar três execuções com características semelhantes, a morte do pm reformado e chefe da segurança da Assembleia Legislativa, Ilson Martins Figueiredo, 62 anos, em junho do ano passado, e de Orlando da Silva Fernandes, 41 anos, ex-chefe de segurança do traficante que também foi assassinado Jorje Rafaat, além do assassinato do empresário Marcel Hernandes Colombo, 31 anos, em outubro do ano passado.

Em abril deste ano, mais uma morte foi incluída na investigação, a de Matheus Costa Xavier, 20 anos, por engano. O alvo era o pai dele, o capitão Paulo Roberto Costa Xavier.

O guarda civil municipal Marcelo Rios, 42 anos, preso com arsenal que seria destinado à quadrilha, em maio deste ano, também é réu nesta ação da 4ª Vara Criminal Residual. Marcelo está no presídio federal de Campo Grande, aguardando transferência para a unidade do mesmo tipo em Mossoró, no Rio Grande do Norte.

Para essa prisão de segurança máxima também vão outros quatro denunciados por integrar o grupo criminoso, Jamil Name e o filho e os policiais civis Vladenilson Olmedo, 60 anos, e Márcio Cavalcanti, 63 anos. Os quatro foram transferidos no dia 12 de outubro para o presídio federal em Campo Grande, depois de descoberta de plano de ataque ao delegado do Garras, Fábio Peró. 

Arte: Thiago Mendes
Arte: Thiago Mendes
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