Jovem confessa que baleou motorista e diz que agiu em legítima defesa
Max Ferreira fala que foi agredido por Edson Bazan
Autor confesso de dois dos quatro tiros que quase mataram o motorista de ônibus Edson Bazan, em 1º de janeiro deste ano, em Campo Grande, Max Ferreira da Silva, 19 anos, disse nesta quinta-feira em juízo que agiu em legítima defesa.
Desde que foi preso, dias após o crime, o rapaz alega que foi agredido pelo trabalhador e por isso o baleou. Já a vítima nega.
O jovem conta que atirou em Edson após ele ter ‘tirado fina’ da bicicleta que ele ocupava, em seguida tê-lo ofendido verbalmente e, por fim, o agredido.
Na versão de Max, após ter quase batido na bicicleta, Edson trafegou com o ônibus na contramão e parou em seguida. Foi quando ele [Max] parou com a bicicleta em frente ao coletivo e depois quebrou a porta dianteiro do veículo com uma pedrada. “Ele estava me xingando e por isso eu fiz isso”.
Max lembra que Edson saiu do coletivo e o agrediu com a marreta utilizada para verificar a calibragem dos pneus. Em seguida, conta o acusado, ele saiu do local, retornou poucos minutos depois e pegou a arma do amigo adolescente e atirou no trabalhador.
O autor da tentativa de homicídio foi preso no mês seguinte em casa, à tarde, pela PM (Polícia Militar), enquanto dormia. A arma, um revólver calibre 22 foi encontrada escondida em meio a um monte de areia na casa de um amigo dele, um garoto de 14 anos.
Audiência- As declarações de Max foram feitas em audiência na 2ª Vara do Tribunal do Júri após a vítima e mais cinco pessoas terem prestado depoimento.
Edson Bazan pediu para que o autor saísse da sala e contou sua versão sobre os fatos sem a presença do autor. Ele disse que não sabe porque atiraram nele e que não agrediu e nem atropelou ninguém.
Entre as outras quatro pessoas também ouvidas está o garoto de 17 anos que desferiu os primeiros dois tiros no motorista. “Eu estava bêbado e o Max também. Vi o Max sendo agredido e fui na casa dele [que fica próximo ao local] e peguei o revólver dele, voltei e atirei”.
O adolescente, que tem passagens por roubo, furto e receptação, relatou também que Max tomou a arma da mão dele e atirou no trabalhador. O garoto diz que o amigo estava nervoso devido ao fato de ter sido ofendido pelo trabalhador.
O menino falou ainda que não foi processado pelo crime e que, apesar de já ter sido apreendido, nunca foi para uma unidade de internação, diferentemente de Max, o qual declarou que já foi para Uneis várias vezes quando tinha menos de 18 anos.
As outras testemunhas que prestaram depoimento são: um policial militar que fez a prisão de Max, o menino que escondeu a arma e um dos seis irmãos do réu.