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Capital

Jovem muda detalhe em versão, mas vai à Corregedoria contra polícia

Em boletim de ocorrência, polícia diz que moça estava embriagada

Anahi Zurutuza | 26/01/2017 18:05
Jovem mostra a marca das algemas nas mãos (Foto: Direto das ruas)
Jovem mostra a marca das algemas nas mãos (Foto: Direto das ruas)

A jovem de 20 anos que denunciou ter sido vítima de abusos por parte de policiais e do delegado plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga na noite deste sábado (21) foi à Corregedoria da Polícia Civil pedir providências. Ela, entretanto, contou detalhes sobre o ocorrido diferentes do que havia dado à reportagem.

No depoimento ao órgão que investiga a conduta dos servidores, dado na tarde desta quinta-feira (20), a moça afirmou que não sofreu lesões. Contudo, ao Campo Grande News, ela havia dito que quando foi detida, a algema ficou tão apertada que os pulsos dela ficaram marcados.

À Corregedoria ela reclamou do policial que se recusou a fazer o boletim de ocorrência e dos deboches de policiais e do próprio delegado plantonista, além de conta que ficou algemada em um corredor junto com um suspeito de furto.

Relato - No domingo (22), um dia depois do ocorrido, a jovem contou a reportagem que foi à delegacia por volta das 20h30 porque tem recebido ameaças por telefone há pelo menos um mês, mas o policial que estava no balcão teria se recusado a registrar o caso. “Ele só disse que não poderia me ajudar e que eu estava no lugar errado”.

Ela conta ainda que ficou com raiva, deu as costas para o servidor e o mandou “se ferrar”. Foi neste momento que o policial teria dado voz de prisão à jovem.

“Chegaram mais três policiais e o delegado e começaram a me empurrar em direção de um corredor. Fui algemada, apertaram a minha algema e fiquei junto com outros presos homens”, descreveu.

A moça alega ter ficado detida por cerca de uma hora e meia. “o delegado fez questão de ir lá onde eu estava e dizer: ‘você só vai sair daqui 2 horas da manhã ou quando eu quiser, pra ver quem é que manda’”.

Ela foi liberada depois que o pai dela foi até a delegacia e que os dois assinaram um boletim de ocorrência por desacato registrado contra ela.

Outro lado – A versão da polícia é bem diferente. Consta no histórico da ocorrência de desacato registrado contra a moça que ela chegou à delegacia em visível estado de embriaguez e gritando para ser atendida.

O investigador que a atendeu pediu que ela esperasse, se acalmasse, mas a jovem começou gritar, xingar, bater nos móveis e constranger as outras pessoas que estavam na recepção. Ela foi presa e, conforme a versão da policial, o uso das algemas foi necessário para contê-la pois a moça começou a se jogar com o corpo nas paredes da delegacia.

O policial relatou ainda que o noivo da jovem teria admitido que os dois passaram a tarde bebendo e dito a namorada “o obrigou” a levá-la até a delegacia.

A jovem nega que estivesse embriagada e o advogado dela, Osmar Cozzatti, esclarece que no trecho do depoimento divergente, ela quis dizer que não sofreu lesões “além das marcas das algemas”.

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