"Lembrança é o que confortará", diz família de mulher morta atropelada

Gaúcha e cozinheira de mão cheia, Noeli Maria Cemin, de 72 anos, deixará só lembranças boas para a família. "É o que nos confortará", disse o genro, o administrador Magno da Fonseca, de 53 anos, que acompanhou o velório neste sábado (12). Noeli morreu na manhã desta sexta-feira(11), depois de ser atropelada quando atravessava a Avenida Costa e Silva.

Magno contou que quando recebeu a ligação da polícia, a família pensou se tratar de um roubo. "Nunca imaginávamos. Quando ligaram e chamaram na delegacia, pensamos que ela tinha sido roubada. Depois que deram a notícia, minha esposa ficou arrasada", lamentou o genro.

Segundo Magno era costume Noeli cozinhar para a família e fazia de tudo para agradar os netos. Naquele dia, foi comprar ingredientes para uma receita. "Ela foi no Atacadão comprar coisas pra fazer sobremesa e o acidente aconteceu quando ela estava voltando para casa, indo para o ponto de ônibus", conta.

Dentro da bolsa, ainda estavam os ingredientes para a sobremesa. "Um gostava de chocolate e a outra de morango. Ela sempre fazia dois bolos nos aniversários, um para cada gosto de neto. Ela me chamava de filho, era trabalhadeira, lúcida e o que vai ficar é isso, as lembranças boas, é o que nos confortará", concluiu.

Conforme os bombeiros e testemunhas do acidente, a vítima era conhecida por vender bombons na região. No entanto, Noeli não produzia produtos para a venda, era aposentada e estava voltando para a casa, conforme a família.

Acidente - Noeli atravessava a Avenida Costa e Silva, na manhã desta sexta-feira (11), quando foi atingida por um Volkswagen UP, dirigido pelo motorista de aplicativo Wesley de Almeida, de 31 anos.

O condutor disse que seguia com um passageiro no sentido bairro/Centro, quando foi surpreendido pela idosa, que tentava atravessar a via com o sinal aberto para os carros. "Eu nunca me imaginei passando por isso, estou tremendo até agora", disse o motorista.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e os militares tentaram reanimar a idosa por cerca de 5 minutos, mas sem sucesso. Por causa do acidente, o trecho foi interditado pelos policiais do Batalhão de Polícia Militar de Trânsito.

O motorista de aplicativo foi ouvido na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada) e vai responder o inquérito em liberdade.