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Capital

Locutor vai à delegacia pedir ajuda para fazer mudança de condomínio

Rafael Ribeiro e Marcus Moura | 06/06/2017 10:56
Locutor vai à delegacia pedir ajuda para fazer mudança de condomínio
Acusado de pedofilia voltou à polícia para pedir auxílio para fazer a mudança do condomínio (Foto: Alcides Neto)

O locutor e marceneiro de 49 anos que foi agredido e teve a casa invadida, após ser acusado por vizinhos de praticar pedofilia, no sábado (3), foi na manhã desta terça-feira (6) ao 5º DP (Piratininga), onde o caso foi registrado, pedir ajuda e proteção policial para realizar a mudança do condomínio, que fica no Jardim Canguru (zona sul de Campo Grande).

Em rápido contato com o Campo Grande News, ele disse que vem “peregrinando desde domingo”, segundo suas próprias palavras, “atrás de ajuda para poder tirar de vez suas coisas” do local onde virou pessoa não grata.

“Se eu pudesse, iria embora hoje ainda de Campo Grande, não tem como continuar a viver aqui”, resumiu o locutor, que até a conclusão desta reportagem seguia na delegacia à espera de uma resposta. “Se me negarem vou no fórum. Preciso de proteção”, completou.

Sobre as acusações feitas pelos vizinhos, o locutor repetiu o que já havia alegado no dia do ocorrido: chupas balas por ter problema de boca seca, mantém o hábito de chupar balas e distribuía às crianças do condomínio sem nenhuma maldade. “Não foi encontrado nada no meu celular”, reiterou.


O locutor não quis revelar onde está abrigado enquanto não resolve sua situação. A polícia diz apenas que segue investigando o caso nas duas frentes: as acusações dos moradores e a denúncia da invasão e depredação da casa.

O caso - Moradores do condomínio residencial planejavam há mais de uma semana armar um 'flagrante' contra ele para confirmar as denúncias que recebiam das denúncias. A informação é de vizinhos do homem, que não quiseram se identificar.

Segundo eles, a suspeita virou acusação no fim de maio, quando uma mãe teria reconhecido uma foto de sua filha no aparelho celular do locutor.


“Foi a primeira confusão que ocorreu com ele antes dessa deste fim de semana. O pessoal já queria tirar satisfação, mas combinamos de pegá-lo no flagra, para não ter desculpa, após ele apagar a imagem”, disse uma moradora.


Segundo ela, tornou-se rotineira a prática dele distribuir balas e tirar fotos. A desconfiança se intensificou quando as crianças começaram a relatar que ele supostamente mostrava suas partes íntimas e jogava objetos ao chão para as obrigarem a se abaixar.


A Polícia Civil vai apurar as denúncias dos moradores, assim como a invasão da casa do locutor e a depredação do imóvel.Segundo investigadores ouvidos pela reportagem, mães e crianças serão ouvidas para apurar a veracidade do que foi passado até agora. O caso deverá ser encaminhado nesta semana à Depca (Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente).


Por enquanto, a polícia confirma apenas que foi apreendida pornografia usual, mas não infantil.

Cerca de 200 pessoas agrediram e invadiram a casa do locutor na tarde deste domingo, após pais se revoltarem com o fato dele estar distribuindo balas às crianças do condomínio e estar fotografando a área do playground.

Segundo o acusado, ele tem dois filhos e sempre fez questão de agradar crianças, distribuindo balas que chupa por conta de um problema de boca seca. Em sua defesa, alegou que no condomínio “moram crianças pobres, que talvez nunca tiveram a oportunidade de experimentar doces na vida.”


A justificativa é apontado como “desculpa” pelos moradores. Muitos dizem que nunca viram ele com os filhos no local.


O locutor está em lugar desconhecido desde o ocorrido. À sua casa, não voltou e corre o risco de sofrer novas agressões se aparecer no local, garantem moradores. Após a invasão, as fechaduras foram trocadas e as trancas reforçadas.


“Ele mora aqui desde que foi inaugurado, há cerca de um mês, nunca aparentou ser esse tipo de gente. Sempre foi muito educado, tanto com crianças como adultos. Mas eu vi a foto da menina no celular, não tem como ele negar”, disse outra moradora.

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