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Capital

Longe do Centro, periferia amarga em sofrimento com as chuvas da Capital

Bruno Chaves | 04/10/2013 18:12
Para Vanusa, de pedestres a motoristas, todos sofrem com transtornos da chuva (Foto: Marcus Ermínio)
Para Vanusa, de pedestres a motoristas, todos sofrem com transtornos da chuva (Foto: Marcus Ermínio)

Considerada bela por quem aqui visita, Campo Grande possui largas avenidas, belas árvores e um clima apreciável. A cidade é agradável aos olhos dos moradores até o momento em que as chuvas começam a cair e os transtornos aparecer. Como de costume, quem vive na periferia, onde os bairros contam com menos infraestrutura, é que mais sofre com os azares causados pelo mau tempo.

Só nesta sexta-feira (4), até às 17h, foram 47 mm de água, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Houve a queda de uma árvore na Avenida Afonso Pena e um caminhão da Solurb afundo no asfalto na Rua Spipe Calarge. Além disso, segundo a Defesa Civil, não houve mais estragos na cidade. No entanto, as reclamações de moradores de bairros mais distantes do Centro se acumulam aos montes.

Para a dona de casa Néia Mascarin de Souza, 24 anos, basta cair uma chuva mais forte que os quatro filhos ficam proibidos de sair de casa. Nem a ida à escola escapa da determinação. “Não deixo porque é perigoso. Aqui nessa rua, a enxurrada é tão forte que derruba uma pessoa. Como lá no final tem dois bueiros, não deixo eles saírem de casa”, relata os problemas da Rua Dumontina, no bairro Nossa Senhora das Graças.

Depois da chuva é fácil perceber a concentração de valas que se forma na via. Néia reclama que nem os serviços de patrola sobrevivem após o aguaceiro. E os problemas não param por ai: “a água entra em casa e traz todo o tipo de bicho: é rato, escorpião e barata. Temo pela saúde dos meus filhos”, comenta.

A aposentada Vanusa Barros dos Santos, 40 anos, reclama da dificuldade do ir e vir. Para ela, que mora na Rua Visconde Pirajá, no Nossa Senhora Aparecida, a simples tarefa de ir à padaria se torna uma verdadeira saga. “Temos que ir beirando a calçada e o lugar mais seco”, explica. Ela conta que andar pela rua em dia de chuva é praticamente impossível.

“Fora o mau cheiro da água que fica empoçada e demora até cinco dias para secar. Isso atrapalha todo mundo. Já vi gente passando aqui de bicicleta e caindo, se sujando. É difícil pegar ônibus, o pé enche de barro, temos que colocar sacola no pé e por ai vai”, lamenta.

Já a dona de casa Evanice dos Santos, 44 anos, que vive na Rua das Emboabas, no mesmo bairro, há 22 anos, diz que está descrente de uma revitalização na área. “Passa ano e entra ano e ninguém muda nada. Cada vez mais a rua fica esburacada e cheia de lama. O caminhão traz cascalho, mas vem a chuva e leva”, afirma.

Ela ainda afirma que em dias como o de hoje, quando muita água costuma cair do céu, uma coisa é certa: ficar em casa. “Não saio, não dá para atravessar a rua. Só tento quando é muito importante e preciso ir”, revela.

Não muito distante dali, no Parque dos Girassóis, região do União, moradores da Rua Anaurelina Pereira Moraes também costumam ficar ilhados. Cansada da mesma situação que se repete toda vez que chove, a pedagoga Janaína Cardoso de Souza Fernandino, 33 anos, procurou o Campo Grande News para reclamar sobre as “piscinas” de lama que se formam no local.

“Caminhar é impossível, trabalho a três quadras de casa e não consigo ir a pé. O carro atola”, disse a moradora lembrando que “a água chega a invadir a casa e entrar na varanda. Vira uma piscina”.

Poças de água também podem trazer doenças, afirmam moradores (Foto: Marcos Ermínio)
Poças de água também podem trazer doenças, afirmam moradores (Foto: Marcos Ermínio)
No Parque dos Girassóis, moradores reclama de piscinas de lama (Foto: Janaína Cardoso)
No Parque dos Girassóis, moradores reclama de piscinas de lama (Foto: Janaína Cardoso)
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