Mãe diz que rapaz bebeu "meio corotinho" e reclama de demora do Samu
Rapaz de 21 anos foi levado pelo Samu à UPA Universitário e polícia investiga possível intoxicação por metanol
“Ele morreu à míngua, jogado lá”, reclamou a dona de casa Maria José Duarte Santana, de 46 anos, mãe do rapaz que morreu após atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento Comunitário) Universitário, em caso investigado como suspeita de intoxicação por metanol.
RESUMO
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Um jovem de Campo Grande morreu após ser atendido na UPA Universitário com suspeita de intoxicação por metanol. Segundo a mãe, ele havia consumido bebida alcoólica na quarta-feira e começou a passar mal no dia seguinte, apresentando dores estomacais e vômito com sangue. O paciente deu entrada na unidade às 18h20, inicialmente estável. Após 15 minutos, sofreu convulsão e parada cardiorrespiratória. Apesar das tentativas de reanimação, o óbito foi declarado às 19h53. A família alega demora no atendimento do SAMU, estimada em duas horas de espera.
Em entrevista ao Campo Grande News, a mulher contou que o filho havia bebido “meio corotinho” na quarta-feira (1º) e começou a passar mal na quinta-feira (2), com dor no estômago e náuseas. “Aí ele tomou banho, almoçou e deitou; quando acordou, vomitou sangue”, disse, lembrando que o episódio ocorreu por volta das 13h.
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Segundo Maria José, ela ligou para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e houve demora no atendimento. “Eu ligava toda hora, falavam que estava vindo”, relatou. A mulher não precisou o tempo exato de espera, mas uma familiar afirmou que foram cerca de duas horas.
Conforme boletim de ocorrência, o rapaz deu entrada na UPA Universitário às 18h20, consciente, orientado, comunicativo e estável, sem necessidade de suporte respiratório. Ainda de acordo com registro oficial, ele confirmou que os sintomas surgiram após a ingestão de bebidas alcoólicas.

Ao chegar, foi avaliado, classificado com a cor amarela e aguardou no saguão. Cerca de 15 minutos depois, o quadro se agravou: o jovem sofreu uma crise convulsiva, perdeu a consciência e foi levado para a sala vermelha, onde entrou em parada cardiorrespiratória.
Foram feitas manobras de reanimação e intubação. Após 36 minutos, houve retorno da circulação espontânea, mas o estado voltou a se agravar e ele sofreu nova parada. Depois de 12 minutos de tentativas sem resposta, o óbito foi declarado às 19h53.
“Ele morreu tão rápido, jogado lá, nada me ajudou”, lamentou a mãe, em prantos.
O boletim de ocorrência também aponta que o histórico médico indicava consumo de álcool desde a adolescência, há cerca de nove anos. Maria José, porém, afirmou que ele não bebia com frequência e atravessava um quadro de depressão desde a morte do pai e da avó. Por isso, ela acredita que possa ter sido alguma intoxicação, citando o metanol.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura para esclarecer detalhes sobre o atendimento e aguarda retorno.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que recolheu garrafas de cachaça e vodka vendias no mercado e na conveniência que ficam perto da casa do rapaz, no Jardim Colibri. Amostras de sangue e urina do jovem também foram coletadas para perícia.
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