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Capital

Mandante e executor são julgados por morte de mulher baleada por engano pelo PCC

Sônia Estela Flores dos Santos, 22 anos, foi ferida a tiros no lugar do marido, em abril de 2020

Dayene Paz e Bruna Marques | 27/04/2022 09:38
Kaio, de branco, e Flávio, de cinza, são julgados hoje em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
Kaio, de branco, e Flávio, de cinza, são julgados hoje em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

Flávio Vinicius Ferreira, de 32 anos, e Kaio Humberto Gomes dos Santos, 28, sentam no banco dos réus, nesta quarta-feira (27), pela morte de Sônia Estela Flores dos Santos, 22 anos, ferida a tiros no lugar do marido em abril de 2020, em Campo Grande. São seis os acusados pelo crime, sendo que três já foram julgados e absolvidos do homicídio. Um está foragido até hoje.

Flávio Vinicius é apontado como mandante do crime e estava preso na época que ordenou a execução de Mateus Pompeu Dias, marido de Sônia, conforme a denúncia do Ministério Público. Ele é conhecido como uma das lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção que estava reprovando atitudes de Mateus, por esse motivo, decidiu matá-lo.

Já Kaio é apontado como o executor do crime. Ele quem ocupava a garupa da motocicleta, conduzida por Crevan Silva dos Santos, o “Neguinho”, e disparou contra Mateus, atingindo Sônia por engano.

São seis os homens apontados por terem participação no crime. Ano passado, três foram julgados. Alisson dos Santos Ferreira, vulgo “Fusca”, Sidnei Jesus Rerostuk, o “Capetinha”, e Crevan Silva dos Santos, o “Neguinho”, foram declarados inocentes da participação no atentado. Ainda assim, o Conselho de Sentença considerou os dois últimos integrantes da facção paulista e votaram na condenação por organização criminosa.

Crevan foi sentenciado a seis anos de reclusão no regime semiaberto e 45 dias-multa. Já Sidnei foi condenado a seis anos e seis meses de reclusão, além de 52 dias-multa. Alisson teve a ficha limpa e recebeu a liberdade. O último réu, Glyquison Mendes dos Santos, o “Kiko”, está foragido desde a época do crime.

Entenda – No dia 2 abril do ano passado, Sônia Estela foi ferida a tiros por engano, no Jardim Noroeste. Os disparos eram para o marido dela, Mateus Pompeu Dias. Ela estava no carro da família, um Chevrolet Celta, ao lado do marido e com a filha de 4 meses no colo, quando foi ferida pelos disparos feitos por homens em uma motocicleta.

Sônia foi morta no dia 2 de abril, no Jardim Noroeste, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
Sônia foi morta no dia 2 de abril, no Jardim Noroeste, em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

Para a polícia, Flávio Vinicius, o “Destro PCC”, de dentro do sistema prisional de Mato Grosso do Sul deu a ordem para matar Mateus. Sidnei e Alisson monitoraram o alvo e repassaram todas as informações para as lideranças da facção criminosa.

No dia do crime, foi “Capetinha” que contou onde o casal estava minutos antes da execução. Glyquison apontou o local exato das vítimas, onde os executores deveriam encontrá-las, pagou o combustível da moto usada por eles no crime e, por fim, deu guarida aos assassinos: Crevan e Kaio.

De moto, os dois perseguiram o carro da vítima, emparelharam e o garupa sacou a arma e atirou. Foram dois disparos. Um deles pegou no rosto de Sônia, que estava no banco de passageiro. A filha mais velha da vítima, de 4 anos, estava no banco de trás.

Desesperado, o marido da jovem arrancou com o carro e dirigiu até o Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima de Campo Grande. Foi na unidade prisional que pediu socorro. Enquanto um agente penitenciário acionava o Corpo de Bombeiros e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), uma equipe decidiu escoltar a família até um hospital. Os socorristas encontraram o Celta no meio do caminho, na Avenida Ministro João Arinos, mas Sônia não resistiu.

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