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Capital

Maratona de júris de Nando chega à reta final após relatos surpreendentes

Depois de se estapear, se debater e fazer escândalo, Nando vai para o último julgamento marcado para o dia 4 de dezembro

Viviane Oliveira | 28/11/2019 13:02
Nesta manhã, no 11º Júri, Nando chegou a ser levado para o plenário, mas na sequência foi tirado da sala (Foto: Viviane Oliveira)
Nesta manhã, no 11º Júri, Nando chegou a ser levado para o plenário, mas na sequência foi tirado da sala (Foto: Viviane Oliveira)

A maratona de julgamentos do homem tido como pior serial killer já descoberto em Mato Grosso do Sul, Luiz Alves Martins Filho, o Nando, entra na reta final com relatos surpreendentes. Condenado a mais de 130 anos de cadeia, o réu enfrenta o 11º Tribunal do Júri nesta quinta-feira (28) na 1ª Vara, em Campo Grande. 

Ele e um dos comparsas, Claudinei Augusto Ornelas Fernandes são acusados, dessa vez, de matar Aparecida Adriana da Costa, 37 anos, (a Malu) assassinada e enterrada em 2014 no terreno do Jardim Veraneio, onde ficou conhecido como "cemitério do Nando". Lá, segundo as investigações, foram enterradas pelo menos 16 vítimas. O 12º julgamento de Nando e último será realizado no dia 4 de dezembro. 

O primeiro júri do "Justiceiro do Bairro Danúbio Azul" aconteceu no dia 29 de junho do ano passado. De lá para cá, os julgamentos foram marcados por show de horrores. Diagnosticado como psicopata, Nando fez escândalo, gritou, se bateu, se estapeou, tudo para chamar a atenção dos jurados. "Ele é muito instável. Desde o início dos procedimentos ele apresenta confusão de informações", disse o defensor público Rodrigo Antônio Stochiero, que faz defesa de Nando. Apesar do diagnóstico, Nando foi considerado imputável, ou seja, tem plena capacidade de entender o que está fazendo.  

Conforme o defensor, existe uma regra processual que permite ao réu ir a julgamento uma única vez por todos os crimes. "Porém, o Ministério Público decidiu fazer as denúncias de forma individualizada", disse. Dos 10 júris, Nando já foi condenado em sete e absolvido em três. 

Durante julgamento nesta manhã, os investigadores de polícia da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), arrolados como testemunhas pela promotoria, lembraram como foi o processo de investigação e de depoimentos de Nando.

Comparsa de Nando, Claudinei (de camiseta branca e cabeça baixa) durante julgamento (Foto: Viviane Oliveira)
Comparsa de Nando, Claudinei (de camiseta branca e cabeça baixa) durante julgamento (Foto: Viviane Oliveira)

Há mais de dez anos na polícia, um dos investigadores afirmou que Nando é um dos maiores psicopatas do Brasil. Segundo o policial, um psicólogo chegou a ir à delegacia e diagnosticou o serial killer como psicopata social. "Ele não gostava de ser contrariado, achava que estava fazendo um favor para a sociedade executando quem era usuário de drogas, quem cometia pequenos furtos na região. Na delegacia, por diversas vezes, chegou a pedir para chamar a imprensa, pois queria falar sobre os crimes, do favor que havia feito para os moradores do Bairro Danúbio Azul", contou.

O investigador lembrou ainda que durante depoimentos, Nando dava risada, se vangloriava, mas também chorava, se exaltava. "As oitivas dele era muito grande. Chegamos a ouvi-lo durante 15 dias seguidos. "Ele tomava um litro de café na delegacia. A gente levava o que ele queria comer, dessa forma ele se sentia a vontade e ia contando sobre os crimes com riqueza de detalhes".

Caso - Segundo as investigações da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), no dia 2 de agosto de 2014, os dois suspeitos, com a ajuda de um adolescente de 16 anos, atraíram “Malu” para a região do Jardim Veraneio e lá a mataram asfixiada com um correia da máquina de lavar e golpes de algum objeto pontiagudo. Para à polícia, Nando e Claudinei alegaram que a vítima foi morta por cometer furtos contra os moradores do bairro. Já o adolescente afirmou que participou do crime para vingar a morte do irmão, que aconteceu em 2006. Segundo ele, “Malu” tinha envolvimento no homicídio.

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