Médicos da Capital aprovam indicativo de greve contra corte em plantões
Sinmed dá ultimato de 10 dias para prefeitura reverter redução de 10% na remuneração extra
Sinmed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) notificou a Prefeitura de Campo Grande, nesta terça-feira (25), de que a categoria aprovou indicativo de greve e concedeu prazo de 10 dias para que o decreto que reduziu valores de plantões eventuais seja revogado.
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Médicos da rede municipal de Campo Grande deram prazo de 10 dias para a Prefeitura revogar o Decreto 16.440/2025, que reduziu valores de plantões eventuais. A decisão foi tomada em assembleia com aprovação de 95,35% dos participantes, que também protestam contra a falta de reajuste salarial há quatro anos. O decreto, publicado em 7 de novembro, reduz em 10% o valor pago aos profissionais de saúde em plantões nos finais de semana e feriados. Caso não haja avanço até 5 de dezembro, a categoria ameaça iniciar operação "Gargalo Técnico" e aderir à greve geral do serviço público municipal.
A deliberação ocorreu em assembleia realizada ontem (24), com participação de médicos da Rede Municipal de Saúde, que atribuem o movimento ao congelamento salarial de quatro anos e à precarização das unidades por falta de insumos.
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Segundo os ofícios entregues à Semadi (Secretaria Municipal de Administração e Inovação) e à Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a assembleia aprovou, de forma unânime, que três medidas serão automaticamente desencadeadas no 11º dia, caso não haja resposta da prefeitura até 5 de dezembro.
A primeira é a adoção do chamado “gargalo técnico”, em que o atendimento passa a ocorrer apenas dentro das condições ideais de trabalho. A segunda é a greve geral, que será deflagrada se outras categorias do serviço público municipal também decidirem aderir. A terceira é a manutenção de assembleia permanente para novas deliberações a qualquer momento.
Ao Campo Grande News, o presidente do Sinmed, Marcelo Santana Silveira, reforçou que a prefeitura está formalmente notificada do ultimato. Os documentos também solicitam reunião urgente para discutir a revogação do decreto e as condições de funcionamento das unidades de saúde.
O decreto - Publicada em 7 de novembro, a norma reduziu em 10% o valor pago a médicos, odontólogos, veterinários, técnicos, enfermeiros e demais servidores que atuam em regime de plantão nos finais de semana, feriados e pontos facultativos. O texto ainda alterou a bonificação de Natal e Ano-Novo, derrubando o adicional de 100% para 50% sobre os plantões exercidos nos dias 25 de dezembro e 1º de janeiro.
Na época, o Campo Grande News revelou que plantões de 12 horas em feriados e fins de semana passaram de um acréscimo de 20% para apenas 10%. Antes, um médico recebia R$ 213,00 por turno nessas datas; agora, o valor caiu para R$ 106,69.
A administração municipal nega cortes nas verbas fixas e afirma que a mudança incide somente sobre gratificações eventuais. Segundo a Sesau, a medida integra um “processo de reestruturação da rede” para equilibrar as contas e ampliar investimentos na assistência. A pasta também argumenta que os valores não representam direito adquirido por se tratarem de pagamentos variáveis, dependentes da escala de serviço.
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