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Capital

Médicos retomam greve e domingo começa com espera em postos

Caroline Maldonado e Juliana Brum | 16/08/2015 10:40
Posto Doutor Waldeck de Castro Maia, no Bairro Coophavila, tem médicos, mas pacientes reclamam de espera (Foto: Fernando Antunes)
Posto Doutor Waldeck de Castro Maia, no Bairro Coophavila, tem médicos, mas pacientes reclamam de espera (Foto: Fernando Antunes)

A terceira greve dos médicos da rede municipal de Campo Grande, deste ano, já preocupa pacientes que procuram os postos hoje (15). A paralisação foi anunciada ontem, depois que os servidores recusaram algumas medidas propostas pela prefeitura. Entre elas, a “antecipação” do pagamento dos servidores para segunda-feira (17), sendo que os médicos pedem o fim do escalonamento e depósito do salário no quinto dia útil. Apesar de pouco movimento, algumas pessoas esperavam por mais de 30 minutos, nesta manhã.

Conforme o Sinmed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) informou no sábado, apenas 30% dos médicos atendem nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e CRSs (Centros Regionais de Saúde).

No CRS do Bairro Tiradentes, região leste da cidade, o movimento não é intenso. Segundo a recepção da unidade, há três médicos nesta manhã e quatro atenderão à tarde. Mas os atendimentos são apenas de emergência. A vacinação ocorre normalmente. Conforme o posto, ontem foram aplicadas 330 injeções.

Na região sul da cidade, o UPA do Guanandi não informou se há médicos atendendo. Segundo o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), atendem com clínico geral e pediatra hoje as UPAs dos bairros Coronel Antonino, Vila Almeida e Universitário.

No posto Doutor Waldeck de Castro Maia, no Bairro Coophavila, segundo a enfermeira chefe, Luciana Freixes, há três médicos para atender durante a manhã e dois à tarde. Esperando há mais de 30 minutos no local, com forte dor de cabeça e inchaço nos olhos, a dona de casa Maria Cecília dos Santos, 42 anos, classifica a greve como “falta de respeito com a população”. “Só procuro médico quando estou ruim mesmo, mas não sei se irei ser atendida”, desabafou.

Maria Cecília dos Santos classifica a greve como “falta de respeito com a população” (Foto: Fernando Antunes)
Maria Cecília dos Santos classifica a greve como “falta de respeito com a população” (Foto: Fernando Antunes)
Passando mal desde quinta-feira, Maria do Carmo, procurou posto pela segunda vez, mas sem esperança de ser atendida (Foto: Fernando Antunes)
Passando mal desde quinta-feira, Maria do Carmo, procurou posto pela segunda vez, mas sem esperança de ser atendida (Foto: Fernando Antunes)

Passando mal desde quinta-feira, a vendedora Maria do Carmo, 56 anos, esteve no posto do bairro Aero Rancho, mas, segundo ela, o medicamento indicado lá não deu efeito. “Me deu alergia, continuo com dor no estômago e febre, por isso vim ao posto hoje. Acho errado essa greve, porque o povo fica doente e sem médico pode até morrer”, disse, esperando atendimento no posto da Coophavila.

Na mesma unidade, a cabeleireira Julema Cavalini , 30 anos, não reclama da paralisação apesar da espera. “É correto a greve, porque ninguém gosta de trabalhar sem receber”, disse.

Sem acordo - O secretário de Administração Wilson do Prado anunciou ontem algumas medidas para atender, em parte, a categoria, entre elas, a “antecipação” do pagamento dos servidores para a próxima segunda-feira (17), o retorno dos plantões eventuais, podendo o médico que possui dois vínculos com o município fazer até 18 plantões e participar do programa 3º turno nas unidades onde não há médico fixo. Apesar da proposta, os médicos decidiram pela paralisação por entender que as ações não atendem a categoria.

Em maio deste ano, a primeira greve durou 18 dias. Um dos pontos acertados com a prefeitura para o retorno ao trabalho foi o pagamento dos salários até o quinto dia útil de cada mês. No entanto, conforme o escalonamento de salários anunciado dia 14 de julho pela prefeitura, aqueles que recebem acima de R$ 7 mil, teriam os salários depositados entre os dias 18 e 21 de agosto.

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