Mesmo com estiagem, prefeitura não dá conta de tampar tanto buraco
A chuva deu uma trégua de sete dias, mas a Prefeitura não deu conta de aproveitar a estiagem para tampar os inúmeros buracos em Campo Grande. As equipes correram contra o tempo e chegaram a consertar algumas vias de grande fluxo e linhas de ônibus, mas se as previsões se confirmarem, os temporais diários devem recomeçar na cidade a partir de quarta-feira, inviabilizando o prosseguimento dos trabalhos.
Na Avenida Eduardo Elias Zahran, por exemplo, uma fenda na alça de acesso para a Avenida Três Barras continua aberta, assim como outra em frente a um posto de combustíveis na esquina com a Rodolfo José Pinho. Por ser estreita, qualquer obstáculo na pista torna-se difícil de desviar.
Outra via que apresenta problemas é a Cacildo Arantes, na Chácara Cachoeira, perto do IESF (Instituto de Ensino Superior da Funlec). No local há tantos buracos, que é praticamente impossível transitar sem cair em algum deles.
“Eu acredito que seja má administração. Nós pagamos todos os impostos e não vemos nada aplicado. Está uma calamidade pública, o que é feio para uma capital”, opina o motorista Willian Silva, 25 anos. Ele conta que semana passada teve que gastar para arrumar a moto, que teve problemas nas rodas por conta de uma cratera.
Sobre a interrupção da tapa-buraco por conta da chuva, ele acredita que a situação só chegou a esse ponto porque o poder público permitiu. “É só mais um motivo para eles culparem a chuva. Asfalto que é asfalto não sai com uma simples chuva”, afirma.
Para o vigia João Cardoso, 78 anos, as ruas da cidade estão intransitáveis. Ele ressalta a vontade do poder público em tampar os buracos, mas com a chuva “só Deus sabe quando será resolvido”, pontua.
Já o mecânico Carlos Roberto da Costa, 53 anos, defende o município. “O que ele [prefeito] vai fazer? A chuva não deixa. O que entrou primeiro deixou chegar a esse ponto. O atual tem culpa, mas nem tanto”, opina.
Para o fotógrafo Pedro Quaresma, 53 anos, com ou sem chuva, o fato de a cidade estar tomada por buracos é um desleixo. “É horrível. Deixaram a gente a mercê da sorte. Isso é uma vergonha”, afirma.
O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura para saber quantas ruas foram consertadas durante a semana de estiagem, quantas que possivelmente ficarão para trás e se existe um plano de ação para recuperá-las. Segundo o órgão, a demanda foi encaminhada à Seintrha (Secretaria Municipal de Transporte e Habitação) e até a publicação desta reportagem não houve retorno.