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“Mijão” vive foragido na Bolívia, esconderijo preferido de chefes do PCC

Ele foi acusado de ser o dono de 58 quilos de cocaína apreendidos em 4 de novembro de 2013, em Amandina

Por Viviane Oliveira | 22/05/2025 12:10
“Mijão” vive foragido na Bolívia, esconderijo preferido de chefes do PCC
André Oliveira Macedo, o André do Rap; Silvio Luiz Ferreira, o Cebola; Sérgio Luiz de Freitas, o Mijão; Pedro Luiz da Silva, o Chacal. Foto: Reprodução Estadão)

A Bolívia, país que faz fronteira com Mato Grosso do Sul, maior produtora da cocaína traficada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) ao Brasil, também se consolidou como o principal refúgio de lideranças da facção criminosa, entre elas Sérgio Luiz de Freitas, conhecido como “Mijão”, que tem condenação na Justiça de Ivinhema e está foragido no país vizinho.

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A Bolívia se consolidou como principal refúgio de lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital), incluindo Sérgio Luiz de Freitas, conhecido como "Mijão", que possui condenação na Justiça de Ivinhema e integra a "Sintonia Final", a mais alta cúpula da facção. O país vizinho ao Brasil abriga outros membros importantes do PCC, como André do Rap, Cebola e Chacal. A falta de cooperação entre as autoridades brasileiras e bolivianas, somada à proximidade com fornecedores de drogas e redes de proteção formadas por criminosos locais, torna a região um "porto seguro" para os criminosos.

Segundo o jornal Estadão, investigações do Ministério Público de São Paulo, apontam que Mijão integra a “Sintonia Final”, a mais alta cúpula do PCC, e está entre os criminosos mais influentes da facção. “Tudo passa por eles, desde a gestão do tráfico até o contato com fornecedores e compradores internacionais”, afirma o promotor Lincoln Gakiya, que há 20 anos investiga o grupo.

A condenação de Mijão em Ivinhema está ligada a uma das diversas ações do PCC no Estado, região estratégica para o tráfico de drogas. Ele foi acusado de ser o dono de 58 quilos de cocaína apreendidos em 4 de novembro de 2013, na base operacional da Polícia Rodoviária em Amandina, distrito de Ivinhema. A droga era transportada em um Hyundai Veracruz e iria abastecer os pontos de vendas de drogas do PCC em São Paulo.

Porém, Mijão não é o único. Investigações apontam que outros integrantes do alto escalão do PCC também vivem refugiados na Bolívia como André Oliveira Macedo, o “André do Rap”; Silvio Luiz Ferreira, o “Cebola”; Pedro Luiz da Silva, o “Chacal”; e Patrick Velinton Salomão, o “Forjado”, considerado o atual líder da facção nas ruas.

No fim de semana passada, Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, um dos integrantes do PCC foi capturado em Santa Cruz de La Sierra, numa operação conjunta entre autoridades bolivianas e a Polícia Federal. Tuta foi localizado após tentar renovar sua identidade com um documento falso brasileiro. Agora, ele está preso no Presídio Federal de Brasília.

A falta de cooperação entre os dois países é histórica, facilitando a permanência de criminosos brasileiros na Bolívia, conforme o promotor. Um exemplo clássico é Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, que viveu cerca de 20 anos em Santa Cruz de La Sierra antes de ser preso em Moçambique, em 2020. “Ele tinha fazendas e andava escoltado por militares corrompidos”, lembra o promotor durante entrevista ao Estadão.

Para Gakiya, o caso de Fuminho ilustra como a Bolívia se tornou um “porto seguro” para chefes do PCC. “Tanto é que a prisão de Tuta só aconteceu porque ele estava tão tranquilo com a situação que foi, voluntariamente, a um posto do governo para renovar sua identidade estrangeira. Não foi uma busca ativa: ele se expôs e acabou descoberto.”

O predomínio da Bolívia como esconderijo para lideranças do PCC se deve a uma combinação de fatores, segundo a reportagem. A proximidade com fornecedores e o controle da principal rota da cocaína são determinantes.

Além disso, a presença de redes de proteção formadas por criminosos locais e a corrupção policial favorecem a permanência dos traficantes. “Sabíamos que esses indivíduos estavam lá. De alguns, temos até o endereço, mas não conseguíamos apoio da polícia boliviana”, lamenta Gakiya.

Procurados pela jornal O Estadão, o governo boliviano e a Embaixada do país no Brasil não se manifestaram até a publicação do texto.

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