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Capital

Moradores cobram liberação de via bloqueada por manilhas

Paula Maciulevicius | 18/08/2012 09:17
Motorista foi obrigado a dar meia volta. Trecho da avenida que dá acesso aos bairros Vila Popular, Jardim Aeoporto e Itália está bloqueado há pouco mais de um mês. (Foto: Minamar Júnior)
Motorista foi obrigado a dar meia volta. Trecho da avenida que dá acesso aos bairros Vila Popular, Jardim Aeoporto e Itália está bloqueado há pouco mais de um mês. (Foto: Minamar Júnior)

No meio do caminho para casa ou para o trabalho, a pista novinha, resultado de 7 anos de obras no complexo Imbirussu-Serradinho, agora está bloqueada. A avenida Amaro Castro Lima, que nasce na rotatória da Duque de Caxias, altura do bairro Nova Campo Grande ganhou um obstáculo. Na verdade por falta de um, foram 11. O conjunto de manilhas bloqueava na manhã desta sexta-feira toda a pista de acesso para quem vai até os bairros Vila Popular, Jardim Aeroporto e Jardim Itália, nem a ciclovia passou despercebida.

A ação deixa motoristas confusos. A avenida é nova, não tem um ano que foi inaugurada e há pouco mais de um mês se tornou “rua sem saída”. Pelo menos é o que informa a placa. Mas de características, não tem nada quem indique que o trânsito termina ali.

“Eu tentei entrar, mas está interditado tudo. Não sei agora”, a motorista Lia Otoni, 42 anos, tentava ir até o Jardim Itália. O desvio foi obrigatório e ocasionou em infração de trânsito. Mas fazer o quê? Por ali não tem nenhum aviso indicando por onde ir.

“Vou ter que pegar a contramão e ver se dá. Se tem sinalização, eu não sei onde fica”, disse.

Sinalização indica rua sem saída. O "fim" é o bloqueio com 11 manilhas que interdita até ciclovia. (Foto: Minamar Júnior)
Sinalização indica rua sem saída. O "fim" é o bloqueio com 11 manilhas que interdita até ciclovia. (Foto: Minamar Júnior)

O zelador Agmar Nunes Silva, 58 anos, trabalha na região e acompanha de perto o que ele considera como vergonha.

“Fizeram essa avenida aí, olha o tanto de fluxo que tem, tem empresas aqui de gás. Fecharam só um lado, mas não tem ninguém trabalhando ali”, comenta.

O receio maior dele é de que o local entre para as estatísticas do trânsito. “Do jeito que está, esta só favorecendo para acontecer um acidente”, fala.

Enquanto o Campo Grande News esteve no local presenciou pelo menos quatro veículos tentando passar. Alguns trilharam o próprio desvio. No chão, as marcas de pneu de motoristas que para desviar das manilhas, seguem pegando parte da entrada de uma empresa, pelo lado esquerdo mesmo.

Quando se volta a ter acesso na avenida, ainda há presença de manilhas próximas do trilho e bloqueando a ciclovia. Um pequeno trecho perto de onde passa o trem está sem asfalto. Parece ‘esquecido’ pela obra que contemplou a região.

O motorista Jeferson Flores Botelho, 31 anos, foi pego de surpresa. Transportava salgadinhos até o Jardim Aeroporto. Como era a primeira vez que passava por ali, não sabia da interdição e ficou sem entender.

“Agora vou ter que retornar e pegar a Júlio de Castilhos. Eu não sabia que não dava acesso. Eles deviam era interditar ali em cima pra não precisar entrar. Se entra uma carreta grande aqui, não sai”, respondia.

O jeito foi Jeferson dar o balão e seguir viagem por outro caminho.

Os moradores que até pouco tempo atrás comemoravam a abertura da avenida que deu agilidade e rapidez no fluxo agora sabem contar nos dedos há quantos dias o trecho segue bloqueado.

Marcos Pereira diz que há um mês e 12 dias tem de desviar para chegar ou sair de casa. Tudo por conta das manilhas. (Foto: Minamar Júnior)
Marcos Pereira diz que há um mês e 12 dias tem de desviar para chegar ou sair de casa. Tudo por conta das manilhas. (Foto: Minamar Júnior)

“Queria saber quem está trabalhando aí, está fechado tem um mês e 12 dias. Ninguém está trabalhando, é só história”, diz o empreendedor Marcos Pereira, 30 anos.

Segundo ele, as interdições sem justificativa acontecem dos dois lados. Tanto para quem vai, como para quem vem.

“Saí por aqui quando eu vi que estava aberto. Eles abrem e fecham as duas, é uma palhaçada isso. Eles falam que vai arrebentar os trilhos, como que terminam a obra deixando esse detalhe então?”, questiona.

Briga judicial- A prefeitura informou, por meio da assessoria de imprensa, que a ALL (América Latina Logística), responsável pela administração das ferrovias, foi quem colocou as manilhas.

A empresa, em nota enviada ao Campo Grande News, informou que o bloqueio é em cumprimento à medida liminar de reintegração de posse concedida pelo juiz federal da 4ª Vara.

A ação foi movida pela ALL contra o município de Campo Grande e a CGR Engenharia, sob a alegação de que não foram atendidos os procedimentos necessários para abertura de cruzamentos sobre a ferrovia.

Conforme a ALL, a obra não atende as condições de segurança necessárias para o tráfego o de veículos e pedestres. A empresa alega que não há condições de visibilidade tanto para motoristas quanto maquinistas.

Ainda segundo a ALL, a lei determina que projetos para abertura de cruzamentos sejam submetidos à análise prévia da concessionária, que avalia as condições técnicas para sua execução.

Posteriormente, o projeto é submetido à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que dá parecer, favorável ou não à abertura do cruzamento. Somente após este trâmite é autorizada a realização da obra.

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