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Capital

Mortos em confronto estavam no “radar” do Choque desde sequestro de avó e bebê

A dupla fazia parte da quadrilha liderada por Marcia Paschoala Espírito Santo, a “Madrinha do PCC”

Geisy Garnes e Bruna Marques | 24/05/2021 11:26
Comandante do Batalhão de Choque durante coletiva de imprensa (Foto: Henrique Kawaminami)
Comandante do Batalhão de Choque durante coletiva de imprensa (Foto: Henrique Kawaminami)

Os assaltantes mortos no confronto com policiais do Batalhão de Choque na madrugada de sexta-feira para sábado eram procurados desde o dia 15 de maio, quando fizeram uma mulher de 44 anos e o neto de um ano, reféns para roubar uma caminhonete. A dupla fazia parte da quadrilha liderada por Márcia Paschoala Espírito Santo, a “Madrinha do PCC”.

A afirmação foi feita pelo comandante do Batalhão de Choque, o major Rigoberto Rocha, na manhã desta segunda-feira (24). Segundo ele, dentro da organização criminosa, os dois suspeitos eram responsáveis pela execução dos crimes e estavam diretamente ligados ao roubo da caminhonete Hilux, no dia 15 maio.

O crime aconteceu em Ribas do Rio Pardo. A vítima foi rendida por quatro homens encapuzados na estrada da Usina Mimoso e trazida para Campo Grande. Ela e o neto foram mantidos em cativeiro por cerca de seis horas, até que a caminhonete fosse levada para a fronteira de Mato Grosso do Sul com o Bolívia. Depois, a mulher foi deixada com a criança em um local ermo e ameaçada de morte para que não saísse do lugar.

Após ser socorrida, a vítima denunciou o crime e desde então, o roubo é investigado como mais uma ação da quadrilha liderada pela “Madrinha do PCC”. Conforme a polícia, desde 2019 o grupo, que é ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital), prática roubos, sempre com o sequestro das vítimas, para levar veículos para a fronteira do Estado.

“Foi o fechamento de algumas ações de investigação frente a essa quadrilha. Já tínhamos informações sobre os dois suspeitos e na madrugada de sexta-feira para sábado os policiais conseguiram encontrá-los”, reforçou o comandante. Os militares faziam rondas pela Vila Piratininga quando viram um casal ser rendido pelos assaltantes.

A dupla levou o carro das vítimas e deu início a uma perseguição, que só terminou após troca de tiros e morte dos dois. O primeiro a ser baleado foi Gustavo Silva dos Santos, de 23 anos. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. O segundo envolvido, foi encontrado pouco depois, em um terreno baldio e reagiu. Foi ferido e morreu no Hospital Regional. Segundo a polícia, sua identificação ainda não foi confirmada, mas familiares reconheceram o rapaz como Guilherme Souza Camargo, o “Cuiabano” de 28 anos.

Local do roubo na Vila Piratininga, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)
Local do roubo na Vila Piratininga, em Campo Grande (Foto: Henrique Kawaminami)

Ligação com o PCC – Além do roubo da Hilux, a quadrilha também é responsável por arquitetar o golpe do falso frete contra transportadora de Nova Alvorada da Sul e manter o motorista em cárcere privado por mais de 10 horas, no dia 9 de maio.

O crime terminou com a prisão de Marcia Paschoala Espírito Santo, a “Madrinha do PCC” e outros dois integrantes da quadrilha: Edelson Padilha Conceição, 36 anos, o responsável por levar o caminhão roubado para a fronteira, e o primo de Márcio, Gemerson Matheus, de 26 anos.

Durante as investigações, os policiais descobriram que a mulher era a responsável por organizar cada detalhe do crime, que começou a ser articulado dias antes, com a “contratação” dos envolvidos no roubo. Foi o que contou Edelson Padilha. Além de dar informações sobre como foi contratado para o sequestro, relatou fatos importantes da ação criminosa. Entre elas a ligação da “Madrinha do PCC” com o suspeito conhecido por “Cuiabano”.

A reportagem apurou que Márcia era o elo entre os líderes da facção paulista presos em unidades prisionais de Mato Grosso do Sul com os faccionados nas ruas. A ordem para os roubos vinha do presídio e a quadrinha executava, cada qual com uma função específica. “É importante destacar que a parte cerebral da organização está dentro dos presídios”, reforçou o major Rocha nesta manhã.

Os casos são investigados pela Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos).

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