MP denuncia atirador por morte em conveniência: “Agiu de modo desprezível”
Valdinei foi preso por assassinato e tentativa de homicídio. Ele alegou ciúmes da esposa
Preso por assassinato em conveniência, Valdinei de Lima Ferreira, de 30 anos, foi denunciado pela morte de André de Freitas Santos, 27 anos, e por tentativa de homicídio contra Paulo Sérgio de Oliveira Santos, 28 anos, que ficou paraplégico.
Os crimes foram qualificados por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa das vítimas. A denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) foi protocolada ontem, na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.
Na noite de 17 de dezembro, ele atirou nas vítimas, que estavam em conveniência na Rua Catiguá, no Bairro Paulo Coelho Machado, em Campo Grande. Ele disse que agiu por ciúmes, ao ver a esposa na companhia dos dois rapazes. Na ocasião, ela participava da confraternização do curso de eletricista. A mulher relatou ser ex-esposa de Valdinei.
“Ressalta-se que os crimes foram cometidos por motivo torpe, dado que o denunciado agiu de modo desprezível para se vingar das vítimas que estariam com sua esposa, na conveniência em que se deram os fatos. Assim, decidiu retornar ao local e ceifar a vida das vítimas”, afirma a promotora Lívia Carla Guadanhim Barian.
A promotoria aponta que Valdinei agiu de forma a surpreender as vítimas, dificultando que conseguissem se defender. “Visto que retornou ao estabelecimento comercial e alvejou as vítimas sem nada dizer, inclusive, tendo atingido Paulo pelas costas. Assim, os ofendidos foram impedidos de esboçar qualquer possibilidade de defesa”.
O autor usou um revólver calibre 38, adquirido em troca de um veículo. A promotoria pede que, ao fim do andamento processual, o acusado vá a júri popular.
O MPMS requereu a juntada de laudos da arma usada no crime, da perícia na conveniência e de imagens das câmeras de segurança.
Ainda na fase de inquérito, a defesa anexou cartas dos filhos de Valdinei, que, com a caligrafia infantil, relatam saudades do pai; além de carta de vizinhos, que classificam o preso como trabalhador e bom pai. A reportagem não conseguiu contato com a defesa nesta terça-feira.
