Um dia após protestos, dona de restaurante é assassinada pelo ex-marido
Leonir Gugel foi socorrido em estado gravíssimo após esfaquear a ex-esposa e ferir o próprio pescoço
Angela Nayhara Guimarães Gugel, de 53 anos, morreu na manhã desta segunda-feira (8), após ser esfaqueada pelo ex-marido, identificado como Leonir Gugel, de 59. Depois do crime, ele tentou tirar a própria vida. O assassinato aconteceu na Rua Antonio Pinto da Silva, região do Bairro Taveirópolis, em Campo Grande. Ela é a 38ª vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul.
RESUMO
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Segundo informações iniciais, o crime aconteceu por volta das 9h30 de hoje. Equipes da PM (Polícia Militar) e do Corpo de Bombeiros foram acionadas e estiveram no local. Quando chegaram, a mulher ainda estava viva, porém acabou não resistindo aos ferimentos. A vítima foi atingida por diversos golpes de canivete.
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O casal é dono do Restaurante Sabor da Albert Sabin, na Avenida Albert Sabin, a alguns quarteirões de onde ocorreu o crime.
Segundo o cliente do restaurante, Aldair Souza, que mora na região, o casal estava bem até sábado. "Ouvi que eles brigaram ontem e ela decidiu se separar". A mulher foi para a casa da mãe e Leonir foi até o local e os dois discutiram por ciúmes.
O homem, então, desferiu os golpes que mataram a vítima e, em seguida, golpeou o próprio pescoço. Ele foi socorrido em estado gravíssimo pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Uma filha da vítima também acabou ferida na mão ao tentar defender a mulher. Equipe da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) foi acionada, assim como a perícia.
Nada adianta?
O assassinato ocorre um dia após o movimento nacional “Levante Mulheres Vivas”, realizado em diversas cidades para denunciar o avanço da violência contra a mulher.
Em Campo Grande, cerca de 150 pessoas ocuparam o cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho, exibindo cartazes de indignação e alerta. O ato ocorre em um ano marcado por 38 mulheres assassinadas em Mato Grosso do Sul, cenário que tem pressionado a rede de proteção e ampliado a procura por ajuda.
O aumento das agressões refletiu diretamente na Defensoria Pública do Estado, que recebeu quase 400 mil demandas em 2025. Só em Campo Grande, mais de 8 mil mulheres buscaram atendimento.
Desde 2015, o Estado contabiliza 352 feminicídios, sendo 81 somente em Campo Grande. O primeiro ano da série teve 17 mortes. O pior até agora foi 2022, com 44 vítimas, seguido de 2020, com 40. A 23 dias do fim do ano, a diferença letal é pequena.
Só em novembro passado, foram 6 vítimas. Se o Estado continuar nesta média fatal, 2025 pode fechar com recorde de mortes dos últimos 5 anos.



