Mulher matou idosa por maldade, destaca promotora em denúncia
Na denúncia, apresentada à Justiça na sexta-feira (1º), a promotora Lívia Carla Guadanhim Bariani pede a condenação da assassina confessa por homicídio qualificado por motivo fútil e meio cruel
Para a acusação, Pâmela Ortiz de Carvalho, a mulher de 36 anos que matou Dirce Santoro Guimarães, de 79 anos, agiu de forma desarrazoada e por maldade. Na denúncia, apresentada à Justiça na sexta-feira (1º), a promotora Lívia Carla Guadanhim Bariani pede a condenação da assassina confessa por homicídio qualificado por motivo fútil e meio cruel.
Pâmela trabalhava como motorista particular de Dirce e segundo ela mesma confessou, matou a aposentada depois de discussão porque a idosa havia descoberto dívidas que ela fez no cartão da vítima. Dona Dirce, como era conhecida no Bairro Santo Antônio, foi morta nos fundos de uma fábrica no Bairro Indubrasil.
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“Ressalta-se que o crime foi cometido por motivo fútil, já que a denunciada ceifou a vida da vítima em razão de uma dívida referente ao abastecimento de gasolina do automóvel e compra de tintas de pintura, realizadas pela autora no cartão da vítima, sem que esta a tenha autorizado, o que denota conduta desarrazoada e excessiva. Assim, evidente a avantajada desproporção entre a motivação e o crime praticado, demonstrando extrema insensibilidade moral da autora em relação à vítima”, defendeu a promotora na denúncia.
A acusação também destaca a forma como a idosa foi assassinada. Pâmela bateu a cabeça dela contra um meio-fio de maneira a deixar a aposentada completamente desfigurada, registraram os investigadores que encontraram o corpo.
“Empregou meio cruel na conduta, dado que, agindo com maldade, bateu por diversas vezes a cabeça da vítima, uma senhora idosa, contra o meio fio da calçada. Assim, resta evidente que a denunciada agiu de modo a causar sofrimento desnecessário à vítima, prolongando sua dor”, argumenta Lívia Carla.
Além da acusação de homicídio, Pâmela também foi denunciada pela ocultação do cadáver. Ela escondeu o corpo próximo ao local do assassinato em meio a um monte de lixo.

Presa – A assassina está presa desde o dia 25 de fevereiro, tentou a liberdade provisória alegando ser mãe de quatro filhos e estar sendo ameaçada na prisão, mas teve o pedido negado na sexta-feira (1º).
Quanto às ameaças o juiz Carlos Alberto Garcete pediu que a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) relate a real situação de Pâmela na prisão e a relação com as outras internas, para que a partir do relatório possa dar um novo parecer sobre o caso.
O crime e a confissão – A vítima desapareceu num sábado, dia 23 de fevereiro, e todo o enredo foi descoberto na segunda-feira (25) quando vizinhas da idosa foram à 7ª DP (Delegacia de Polícia) para registrar o sumiço. Na tentativa de despistar qualquer suspeita, a assassina confessa também esteve na delegacia.
Segundo a delegada Christiane Grossi, responsável pela investigação, Pâmela só admitiu ter assassinado a idosa ao ser informada pela polícia que câmeras de segurança haviam flagrado o momento em que ela saiu com Dirce naquele sábado. Antes de saber das imagens, ela havia negado até mesmo ter encontrado a vítima.
Pâmela alegou para a polícia que durante uma discussão, a idosa ameaçou denunciá-la pelas compras usando indevidamente o nome de Dirce. Ela disse ainda que a aposentada tentou sair do carro em movimento e caiu, batendo a cabeça no meio-fio. Desesperada e temendo ser descoberta, a mulher conta que pegou a cabeça da vítima e esmagou contra a guia.