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Capital

No dia da Consciência Negra, mulher chama manicure de "negra sebosa"

Filipe Prado e Renan Ricci | 21/11/2014 17:12

Uma mulher foi vítima de preconceito e racismo na tarde de ontem (20), em que se comemorou o Dia da Consciência Negra, em um salão de beleza localizado na Avenida Tamandaré, na Vila Planalto, em Campo Grande. De acordo com o boletim de ocorrência a mulher foi chamada de “negra nojenta” e “negra sebosa” por uma cliente.

Segundo o registro policial, a vítima de 22 anos, que trabalha como manicure no salão, estava atendendo uma mulher de 41 anos, que pediu que ela refizesse o trabalho, já que suas unhas estavam com uma cor amarelada. A manicure lembrou que a mãe da acusada possui as unhas de cor amarela, por conta de uma doença, mas não questionou e refez a pintura.

Mesmo ao refazer “as unhas” da cliente, acusada continuou a insultar a manicure e a chamou de “passa fome”. Ainda disse “quem era ela para estar ali”, conforme o registro. A vítima relatou que ameaçou ir embora e pediu para a cliente parar e que não era para falar com ela daquele jeito.

Com isso a vítima se levantou, para ir embora do salão, momento em que a cliente começou a chamá-la de “negra nojenta” e “negra sebosa”, então a manicure se virou e perguntou o que ela tinha dito, quando a vítima repetiu o discurso.

A dona do salão, que é irmã da acusada, interveio e pediu para que a manicure não fosse embora. Ainda afirmou que ela também teria gritado com a cliente, mas a vítima se justificou e disse que só discutiu, por que a mulher teria insultado ela.

A manicure saiu do salão e telefonou para a mãe, para que ela fosse buscá-la, por conta do nervosismo. Ao chegar ao local, a mãe da vítima foi até o salão para falar com a proprietária e a acusada, mas a dona do estabelecimento fechou o portão, para que a mulher pudesse fugir, de acordo com o registro policial.

A proprietária do salão confirmou que a irmã teria insultado a funcionária e ainda afirmou que ela nunca tinha feito um trabalho errado ou desrespeitado alguém. A dona do local pediu para que a mãe não chamasse a polícia, já que ela sabia “o jeito que ela é” e pediu desculpas.

O Campo Grande News procurou a proprietária do salão de beleza, mas ela não se encontrava no estabelecimento e os funcionários afirmaram que não estavam autorizados a passar nenhum telefone particular, revelando que ela só estaria no local amanhã (22).

Recente – Na quarta-feira (19), um homem de 25 anos que trabalha em uma oficina localizada na Avenida Fábio Zahran, na Vila Carvalho, procurou a Polícia Civil de Campo Grande para relatar agressões e injúrias raciais sofridas durante a manhã, por parte de um cliente que se recusou a pagar R$ 30 por um serviço.

Segundo o boletim de ocorrências registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga, a vítima disse que por volta das 11h30 havia concluído reparo no veículo do cliente e que, inclusive, o orçamento havia sido previamente apresentado para o autor.

No ato do pagamento o cliente se revoltou com o valor cobrado e passou a ofender o funcionário da empresa, o chamando de “ladrão”. A vítima disse que para evitar problemas e constrangimentos, já que havia mais pessoas no local, disse que se o dono do veículo não quisesse, não havia mais a necessidade de pagar.

Neste momento teve início as agressões. A vítima foi atacada com socos e chutes e ainda ameaçada com um canivete, sofrendo lesões nas costas e no cotovelo esquerdo. Conforme o boletim de ocorrências, o autor disse durante o ataque: “seu macaco ladrão”. O funcionário deseja representar criminalmente contra o agressor. O caso foi registrado como lesão corporal dolosa, ameaça e injúria.

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