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Capital

Oito meses antes de jovem ser assassinada, irmão sofreu atentado na mesma casa

Raiane foi assassinada com um tiro no pescoço enquanto bebida com quatro amigos na varanda da residência

Geisy Garnes e Alana Portela | 04/06/2021 14:30
Nesta manhã o silêncio prevalecia na Rua Sizuo Nakazato (Foto: Marcos Maluf)
Nesta manhã o silêncio prevalecia na Rua Sizuo Nakazato (Foto: Marcos Maluf)

Há oito meses a casa em que Raiane dos Santos Jatobá, de 25 anos, foi assassinada na noite desta quinta-feira (3) também foi palco de atentado contra o irmão dela, Renan Santos Jatobá, de 22 anos. O rapaz foi atingido por quatro tiros no dia 26 de agosto do ano passado, em frente a residência da Rua Sizuo Nakazato, no Jardim Itamaracá.

O episódio foi lembrado por moradores da região que acompanharam o trabalho da polícia nesta madrugada. Renan estava no portão de casa quando foi ferido. Na época o pai do rapaz contou que ouviu os disparos e quando saiu para ver o que havia acontecido encontrou o filho caído. Contou também ter ouvido barulho de motocicleta, o que para a polícia indica que os autores passaram atirando pelo local.

Marcas de tiros no portão da casa da vítima, no Jardim Itamaracá, em agosto do ano passado (Foto: Kisie Aionã)
Marcas de tiros no portão da casa da vítima, no Jardim Itamaracá, em agosto do ano passado (Foto: Kisie Aionã)

Renan é o responsável pela morte de Fagner Gomes Nicolau, o Franguinho, de 27 anos. Crime aconteceu no Bairro Tiradentes, em 16 de maio de 2018. O rapaz assumiu a autoria do assassinato meses depois, entregou a arma para a polícia e afirmou que tinha uma rixa com a vítima desde 2015.

Diante do assassinato de Raiane, os vizinhos relataram que o irmão sobreviveu e assim que se recuperou, foi embora de Campo Grande.

A morte - Já Raiane foi assassinada com um tiro no pescoço. Ela estava com quatro amigos na varanda de casa, bebendo e usando drogas, quando o autor se aproximou e disparou contra ela. Ele ainda efetuou um tiro em direção ao resto do grupo, mas ninguém foi ferido.

O homem estava de capacete preto e fugiu de moto após o crime. Uma das linhas de investigação é que a morte tenha sido motivada pelo envolvimento de Raiane com drogas. Amigos contaram que ela possuía dívida com um traficante e que havia recebido ameaças via WhatsApp. O suposto traficante já foi identificado e é investigado.

Medo e insegurança – A morte da jovem tirou o sono dos moradores do Jardim Itamaracá. Os tiros foram ouvidos de longe. Mesmo com o avançar da hora, muitos saíram para ver o que havia acontecido na Rua Sizuo Nakazato e ficaram chocados com o crime. “Não consegui dormir depois de ver o corpo dela estirado no chão”, contou uma moradora da região.

Ao Campo Grande News, a mulher de 50 anos contou que mora a duas quadras da casa em que o crime, mas ainda assim, ouviu o barulho dos tiros. Segundo ela, foram dois. A confirmação do assassinato veio através de uma mensagem da filha, que mora na mesma rua em que Raiane. Preocupada com a família, ela foi até o local.

Quando chegou, o corpo de Raiane ainda estava no chão da varanda. A imagem, conta, ficou gravada em sua mente. “Ela tinha uma filha pequena, mas não estava na casa no momento do crime”, lembra a vizinha. Ainda conforme a mulher, o bairro que já foi conhecido pela violência, estava tranquilo nos últimos meses, mas agora a insegurança volta a incomodar. “Fico com medo depois de um crime deste”.

Outro morador da região, que preferiu não se identificar, afirmou que casa da vítima era usada para festas e reuniões de “domingo a domingo”, por isso estava sempre movimentada. Nesta manhã, no enquanto, prevalecia o silêncio não só na residência, como em toda a quadra. Por medo, os moradores mais próximos do local preferiam não falar com a reportagem.

A causa do crime é desconhecida pelos moradores, mas todos confirmaram que a vítima era usuária de drogas.

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