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Capital

Padrasto de adolescente vítima de bala perdida no Centro culpa policial

Aline dos Santos e Ricardo Campos Jr. | 23/02/2011 09:50
Família mostra camiseta de Daniele, que foi baleada ontem. (Foto: João Garrigó)
Família mostra camiseta de Daniele, que foi baleada ontem. (Foto: João Garrigó)

Um dia depois de ser vítima de bala perdida no Centro de Campo Grande, Daniele Fernanda Cogo Lima, de 17 anos, permanece sem avaliação médica, com a bala alojada a um centímetro da coluna e a dois centímetros do coração. “O estado dela é estável, mas delicado”, conta o radialista Joel Alves dos Santos, padrasto da adolescente.

Na Santa Casa, onde aguarda que os médicos digam se a jovem passará por cirurgia para retirada da bala, ele culpa o policial civil. “O responsável pela situação foi o policial. Testemunhas disseram que ele atirou primeiro. Ele tentou ser o herói do dia”, afirma Joel.

Daniele foi baleada em uma troca de tiros entre um policial civil e assaltantes. O roubo foi em frente ao banco HSBC, na avenida Afonso Pena, e a adolescente foi baleada próximo ao cruzamento com a rua Rui Barbosa.

Apesar de a Polícia Civil ter apontado que o disparo que atingiu a adolescente partiu da arma do bandido - ele usava um revólver calibre 38 enquanto o policial portava uma pistola ponto 40-, o padrasto reprova a conduta do policial.

“A polícia precisa prender esse bandido, porque pode ser que ela não tenha responsabilidade. Mas culpa, ela tem”. Para Joel, a conduta correta seria chamar reforço e anotar as características dos ladrões.

Descaso - Mãe da adolescente, Marta Célia Cavalcante Cogo Lima veio às pressas de São Paulo, onde faz tratamento para problemas cardíacos. “É um alívio ver que ela está viva, mas a gente não sabe o que pode acontecer”. Daniele reclama de dores e tem os movimentos limitados. Não houve lesão na coluna, mas a família teme que a bala se desloque.

A mãe conta que o lençol da maca é o mesmo de ontem e tem manchas de sangue do ferimento à bala. Outra reclamação da família é que a adolescente está em meio a homens. “É constrangedor. Principalmente no banho”, afirma o padrasto.

Irmão de Daniele, Paulo Carra conta que passou por momentos de tensão. “Foi um baque, foi um susto muito grande. Peguei o primeiro voo para cá”, conta o jovem, que mora em São Paulo. A adolescente tem quatro irmãos, sendo um gêmeo.

Ontem, ela foi ao centro para fazer exame médico admissional. Depois de um ano como menor aprendiz, ela foi efetivada em uma empresa de tecnologia da informação. Por ordem médica, Daniele foi proibida de dar entrevista.

Adolescente está com bala alojada a um centímetro da coluna. (Foto: João Garrigó)
Adolescente está com bala alojada a um centímetro da coluna. (Foto: João Garrigó)

Tiroteio – O investigador de Polícia Civil de 35 anos estava na calçada da avenida Afonso Pena e viu uma Honda 150 de cor vermelha trafegando no passeio público no sentido centro/shopping, com um rapaz pilotando.

O rapaz apontou uma arma de fogo para um funcionário do HSBC, de 24 anos, que saía da agência e roubou uma pasta que estava com ele. Um vigilante, de 31 anos, da agência também saía no momento e teve a mochila roubada.

De acordo com o policial que testemunhou o crime, um comparsa do bandido descia a pé pela calçada no sentido shopping/centro pegou os objetos roubados, colocou na mochila que carregava nas costas e subiu na garupa da moto.

Ao ver a ação, o investigador colocou a arma dentro do capacete que carregava. Ao passar pelo homem, os bandidos perguntaram se ele era policial e ele então ergueu a camiseta, mostrando que não havia nada na cintura, portanto, não era.

Os bandidos continuaram a fuga pela calçada sentido à rua Pedro Celestino e atiraram em direção ao policial, que caiu no chão e revidou. Quando os tiros acabaram, ele ficou sabendo que uma jovem havia sido atingida.

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