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Capital

Para Sinmed, plano de cargos e carreiras poderia reduzir rotatividade de médicos

Mais de metade do quadro da Sesau é de contratados; 520 profissionais evadiram da rede municipal em dois anos

Tainá Jara | 28/08/2019 17:52
Cerca de 900 médicos atendem na rede municipal de saúde, sendo apenas 400 concursados (Foto: Henrique Kawaminami)
Cerca de 900 médicos atendem na rede municipal de saúde, sendo apenas 400 concursados (Foto: Henrique Kawaminami)

A falta de planos de cargos e carreiras, salário abaixo do piso nacional e número de contratados maior do que de concursados estão entre os motivos apontados pelo presidente licenciado do Sinmed –MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Flávio Freitas Barbosa, para a alta rotatividade de profissionais na rede municipal de saúde.

Conforme números apresentados nesta terça-feira pelo titular da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), José Mauro Filho, 520 médicos, sendo 120 especialistas, deixaram o quadro de servidores da Prefeitura de Campo Grande nos últimos dois anos. O que equivale a mais da metade dos profissionais que atendem no município.

Barbosa explica que há 30 anos os médicos reivindicam adoção de planos de cargos e carreiras pelo Executivo. “Se não tem plano, não há perspectiva a longo prazo e, caso o profissional ache coisa melhor, abandona o emprego”.

Ele cita como exemplo a situação dos guardas municipais, que depois de décadas conseguiram, no início deste mês, a sanção de benefícios. Com isto, os salários poderão chegar a R$ 14 mil entre os profissionais da segurança municipal.

O alto número de profissionais contratados também agrava a rotatividade. Conforme o presidente licenciado do Sinmed, menos da metade dos médicos são concursados na rede pública de saúde da Capital .

Até o final do ano passado, 930 médicos atendiam pela Sesau. Destes, cerca de 400 tinham contrato temporário. A realização de concurso neste mês, no entanto, não supre a quantidade de evasões. Das 663 vagas disponibilizadas, apenas 285 eram para médicos, sendo 37 especialistas.

Apesar da oferta de remunerações para os novos cargos poder atingir até R$ 26 mil, os salários abaixo do piso nacional é outro agravante que dificulta a contratação de profissionais pelo município. Entre os médicos especialistas, por exemplo, o piso nacional para 20h semanais é de R$ 14.800 enquanto os profissionais que atuam na Sesau recebem R$ 3.900.

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