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Capital

Pastores condenados por golpe contra idosa vão depor e acabam presos

O caso foi descoberto em 2011, quando o casal foi denunciado por enganar a vítima e se mudar para a casa dela, avaliada em mais de R$ 500 mil

Geisy Garnes | 28/03/2018 15:03
Casa que a idosa doou para a pastora acreditando ser para "obras sociais"  (Foto: João Garrigó/ Arquivo)
Casa que a idosa doou para a pastora acreditando ser para "obras sociais" (Foto: João Garrigó/ Arquivo)

Condenados por aplicar um golpe milionário em um idosa, os pastores Julieta de Souza e Nelson Martins Jimenez, de 51 e 43 anos, foram presos nesta semana após quase dois anos do julgamento, em Campo Grande. Em 2011, o casal foi denunciado por enganar Orlanda de Oliveira Rosa, na época com 80 anos, e se mudar para a casa dela, avaliada em mais de R$ 500 mil.

Julieta de Souza e Nelson Martins foram presos na sexta-feira (23) quando foram a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) prestar depoimento como testemunhas de um caso de violência doméstica. “Eles foram a Deam e pelo Sigo os policiais viram os mandados de prisão e cumpriram ali mesmo”, detalhou o advogado da vítima, Luiz Marlan.

Os pastores estavam foragidos desde janeiro deste ano, quando os mandados de prisão foram expedidos pela justiça. No entanto, o casal foi condenado por estelionato qualificado em abril de 2016. Na época, Nelson foi condenado a sete anos de prisão e Julieta a oito anos e seis meses de reclusão em regime fechado.

A defesa do casal entrou com recurso a condenação e em dezembro do mesmo ano a 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul negaram o pedido. Ainda assim, a defesa insistiu na inocência dos cliente e entrou com recurso especial no Supremo Tribunal de Justiça. A decisão veio em dezembro do ano passado e manteve a condenação dos pastores.

Entenda - A idosa, comerciante aposentada, vivia dos lucros de investimentos em pecuária e imóveis quando conheceu a pastora na Igreja Evangélica Pentecostal Unidos pela Fé. Em 2011, o advogado de Orlanda e o estagiário dele descobriram que Julieta estava recebendo o dinheiro de acordos pecuários no lugar da cliente e denunciaram o caso a polícia.

Com as investigações, a polícia descobriu que além de furtar roupas, jóias, calçados e dinheiro, Julieta ganhou da vítima uma residência avaliada em R$ 535 mil em um bairro nobre da Capital e saiu de uma casa de fundos onde morava de aluguel com o marido e três filhos.

Nos depoimentos, a idosa contou que confiava na pastora e por isso deu a ela uma procuração. Foi com esse documento que a mulher sacou o dinheiro da aposentada, fez empréstimos e chegou a vender um dos terrenos que estava no nome de Orlanda. Ela ainda fez a vítima queimar parte dos cheques da venda para “interromper uma maldição”.

Usando da religião da idosa, a pastora furtou um micro-ondas, alegando que “havia uma bomba e que iria destruir para ela”. Foi assim também que Julieta convenceu a Orlanda a entregar a mansão de mais de R$ 500 mil na Vila Célia para “obras sociais”. Só meses depois a vítima descobriu que a autora estava morando na casa.

Em dezembro de 2012, a Justiça determinou que o imóvel fosse devolvido à idosa. O casal recorreu, porém o TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) manteve a decisão. A idosa retornou a mansão em agosto de 2013 e a encontrou parcialmente destruída. Paredes e fiação estavam danificadas, pias da cozinha e motor do portão foram arrancados, guarda-roupas embutidos retirados, e buracos deixados por todos os ambientes.

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