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Capital

Pedido de conselheiro adia ainda mais sonho do asfalto em bairros

No Nova Lima e no Aero Rancho, moradores que chegaram a ver as obras começarem aguardam desenrolar do impasse

Gabriel Neris e Mirian Machado | 01/03/2018 16:43
Obras foram paralisadas com a suspensão de contrato da Águas com a prefeitura (Foto: Marcos Ermínio)
Obras foram paralisadas com a suspensão de contrato da Águas com a prefeitura (Foto: Marcos Ermínio)

Depois do pedido de vistas do conselheiro do Tribunal de Contas Ronaldo Chadid ao processo que envolve a suspensão da prorrogação do contrato da Prefeitura de Campo Grande com a Águas Guariroba, o imblógrio iniciado no ano passado transformou em sonho a perder de vista as obras que levariam asfaltamento a moradores que esperam há anos pelo benefício.  Chadid pediu vistas do processo na sessão de quarta-feira (28) do Tribunal Pleno,  quando era esperada uma definição para o impasse que já dura três meses.

Os conselheiros julgariam as supostas irregularidades dos termos aditivos que ampliam a concessão até 2060. Liminar do órgão, concedida em outubro do ano passado, determinou a suspensão das medidas que ampliavam o contrato.

O prefeito Marquinhos Trad (PSD) já havia anunciado que não poderá tocar as obras de pavimentação sem a drenagem, a cargo da Águas. Ele informou hoje que aguardará a decisão do TCE. “Não temos o que fazer, temos que aguardar. Se o conselheiro deu vistas é porque tem alguma dúvida antes de emitir juízo. Ele está agindo com cautela e responsabilidade. Não tenho outra alternativa”, disse.

A liminar do conselheiro Jerson Domingos considerou os aditivos 3º e 4º ao contrato como irregulares. Para ele, as mudanças foran feitas “à margem da legislação pertinente e não devem ser mantidos incólumes, sob pena de causar ainda mais prejuízo ao erário”.

A reportagem procurou o conselheiro Ronaldo Chadid, mas ele está Brasília. Procurada, a Águas Guariroba informou que as obras paralisadas estão nos aditivos do contrato, que foi suspenso, portanto não poderia executá-las e também não há como judicializar a questão, tendo que esperar a decisão dos conselheiros.

"As obras de universalização da rede de esgoto estão paralisadas devido a suspensão dos aditivos do contrato que preveem os investimentos para a expansão do esgotamento sanitário em Campo Grande. O contrato vigente prevê cobertura de 70% da rede de coleta de esgoto na Capital, meta já alcançada pela concessionária. Atualmente o serviço já está disponível para 80% dos imóveis da cidade. A Águas Guariroba informa que deve aguardar decisão final do Tribunal de Contas do Estado", informou a empresa em nota.

Motociclista conta que precisa dividir o espaço na rua sem asfalto com os pedestres (Foto: Marcos Ermínio)
Motociclista conta que precisa dividir o espaço na rua sem asfalto com os pedestres (Foto: Marcos Ermínio)

No aguardo – Nos bairros, longe dos gabinetes dos conselheiros, a população vive a espera por uma decisão. Um morador Jardim Aero Rancho, que prefere não se identificar, diz que em outras gestões a rua Tamaturgo constava como asfaltada, mas até hoje não é. “Ainda consigo passar aqui porque estou de motocicleta, mas tenho que dividir a calçada com pedestres, crianças, mulheres grávidas. É complicado”, reclama.

O servidor público Derci Dias, de 58 anos, espera o asfalto no bairro há 22 anos. Disse que a rua está pronta para receber a pavimentação, mas nada foi feito até agora. “Quase todos os moradores desta rua já deixa o para-choque do carro aí. É difícil entrar e sair de casa, eu coloco pedaços de concreto para conseguir sair com o carro”, reclama o morador.

Na rua Carmem Miranda, também no Aero Rancho, apenas um dos lados foi feito. “Eles vêm, no outro dia desaparecem, vem a chuva e isso aqui vira um inferno. Ninguém sai de casa”, diz a servidora pública Ivanir Rodrigues de Moura. Ela praticamente perdeu a esperança e acredita que a drenagem será feita somente depois que o asfalto chegar ao local. “O povo é quem sofre”.

No Nova Lima, o asfalto chegou somente para uma parte do bairro. “Aqui vai ficar muito bom”, diz o pedreiro Max Oliveira, de 24 anos. O rapaz conta que mora no bairro há três anos e aguarda com os outros moradores a chegada do asfalto para valorizar a região.

O motorista Cléber Rogério Vieira, de 34 anos, afirmou que assim que começaram as obras colocou a casa onde mora a venda. “Quando [a obra] começou, veio a animação, mas agora a gente fica sem saber se vão ou não terminar”, lamenta. Segundo ele, quando chove abre uma cratera na frente da casa dele. Quando há enxurrada a lama é levada para a avenida Marquês de Herval. Quando o tempo está seco o que incomoda é a poeira. “Aqui nem dá para limpar casa todo dia, senão fica o dia inteiro para isso”.

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