ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 26º

Capital

Pitbull morto por PM era dócil, criado como filho e nunca atacou ninguém

Renan Nucci | 15/12/2014 14:00
Pitbull chamado Russo foi morto com tiro na cabeça por policial militar. (Foto: Divulgação)
Pitbull chamado Russo foi morto com tiro na cabeça por policial militar. (Foto: Divulgação)

O pitbull morto com um tiro na cabeça por um policial militar após ataque a outro cão, na manhã de ontem (14), em Campo Grande, era um animal dócil e criado literalmente como filho pela babá Josiane Martins Ataide, 34 anos, moradora no Jardim Pênfigo. O fato aconteceu na Rua André Luiz Silva, mas nenhuma pessoa se feriu.

Bastante emocionada, Josiane estava com o cachorro, de nome Russo, há cerca de dois anos. “Meu marido ganhou o filhotinho de presente de um amigo lá de Ponta Porã”, disse. Ela conta que neste período, o animal conviveu pacificamente com todos da casa, incluindo uma cadela vira-lata com a qual teve sete filhotes.

“Eu sou babá e cuido de crianças na minha casa. Ele nunca ameaçou atacar ninguém. Tenho quatro filhos, de oito, nove, 11 e 13 anos, que brincavam o tempo todo com ele e jamais foram atacados”, disse a mulher, afirmando que o cão tinha um bom comportamento, porque era bem cuidado. “A gente dava carinho e atenção, como se fosse um filho”.

Inconformada, Josiane lembrou que Russo só havia escapado uma única vez e que, inclusive, tinha sido atacado por outro cachorro na ocasião. Ela considera uma fatalidade o que aconteceu, e afirma que não tem raiva do policial, mas acredita que desfecho poderia ser outro. “Eu entendo o que ele fez, mas acho que poderia ter esperado um pouco mais para pegar a arma e atirar. A gente ia conseguir levar o cachorro para dentro”, alegou.

O caso – Era por volta de 8h30 da manhã quando Russo escapou e atacou a cadela pinscher de uma vizinha, que estava na calçada ao lado. Desesperada e segurando o neto no colo, a mulher começou a pedir socorro. O policial ouviu os gritos. Ao perceber o que estava acontecendo, utilizou uma arma de fogo calibre 38 para efetuar um disparo fatal contra a cabeça do pitbull. Josiane confirmou que Russo estava nervoso e não parava os ataques nem mesmo quando era atingido por correntadas.

À polícia, o militar alegou que agiu preventivamente, pois existia a possibilidade de que crianças e outras pessoas que passavam pelo local fossem feridas. “Eu chorei e implorei para que ele não atirasse. Foi tudo rápido. A gente nem teve tempo suficiente de tentar separar os cachorros. Eu sei que se o policial esperasse um pouco mais, a gente ia conseguir e este sofrimento não seria preciso”, relatou Josiane. A arma usada na ação foi apreendida e encaminhada para averiguação.

Segundo a babá, o cão escapou no momento em que alguns familiares chegavam em sua casa. “Minha mãe não mora comigo, mas foi me visitar. Quando ela chegou, sai na varanda para recebê-la. No mesmo instante chegou meu irmão. Minhã mãe abriu o portão e deu um abraço nele, quando Russo se aproveitou para sair. Russo não ia machucar nenhuma pessoa, foi direto no cachorrinho”, explicou. “Todos me conhecem e sabem quem eu sou. Prometi ajudar e vou chamar um veterinário para cuidar do pinscher da vizinha”.

Nos siga no Google Notícias