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Capital

PM também vai investigar “vazamento” de B.O. para marido denunciado por agressão

Mulher procurou ajuda na Deam e menos de uma hora depois, agressor sabia detalhes do registro feito por ela

Anahi Zurutuza e Aline dos Santos | 05/10/2021 17:02
PM também vai investigar “vazamento” de B.O. para marido denunciado por agressão
Denúncia de violência foi registrada na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Além da Corregedoria-Geral da Polícia Civil, a Polícia Militar também vai investigar se foi algum integrante da corporação o responsável por “vazar” boletim de ocorrência para empresário de 39 anos denunciado por violência doméstica. A garantia de que o caso será apurado foi dada pelo secretário-adjunto de Justiça e Segurança Pública, Ary Carlos Barbosa, que é coronel da PM, à OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso do Sul).

Conforme ofício enviado pelo secretário-adjunto, em resposta à cobrança feita pela Ordem para que o “vazamento” fosse investigado, a Corregedoria da PM também foi encarregada de apurar os fatos.

O caso – Machucada, ameaçada pelo marido e incentivada pela filha, de 11 anos, a procurar ajuda, mulher de 38 anos fugiu de casa a pé e foi à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) na noite do dia 22 de setembro. Ela só não contava que menos de uma hora depois do registro da ocorrência, o alvo da denúncia, começasse a ligar para parentes à procura da esposa e relatar detalhes documentados na unidade policial que funciona dentro da Casa da Mulher Brasileira.

Ainda de acordo com o relatado ao Campo Grande News, o agressor sempre se gabou para a vítima de ter muitos amigos, inclusive, na polícia. Durante a confecção do B.O., a mulher repetia ter medo que o marido entrasse na delegacia e cumprisse a ameaça de matá-la, sendo tranquilizada pelo escrivão sobre o sigilo dos dados.

A situação provocou revolta de advogadas que assistiam à vítima. “E se ela tivesse voltado para casa naquela noite?”, questiona uma das profissionais, que pediu para não ser identificada, também por medo de represálias. Na ocasião, a mulher ficou no abrigo da Casa da Mulher e, agora, conta com medida protetiva de distanciamento. A Justiça também determinou busca e apreensão das armas.

Rotina de medo – Ainda conforme relatos da vítima, o casal está junto há 18 anos, mas conforme a situação financeira da família foi melhorando, as agressões verbais à esposa tornarem-se físicas. No último dia 19, um domingo, a sessão de violência incluiu tapas, socos, chutes e tentativa de estrangulamento. Noutra ocasião, o marido colocou um revólver na boca da vítima, com ameaça de morte.

A mulher tem o direito de não ter o nome exposto por questões de segurança. A pedido dela, que teme retaliação, a identidade do agressor também foi omitida na matéria.

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