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Capital

Polícia resgata 11 cachorros e gata cega vítimas de maus-tratos

Homem de 47 anos foi preso em flagrante. Para a polícia, ele negou ter deixado de cuidar dos animais

Geisy Garnes | 28/07/2021 09:05
Todos os cães estavam infestados de carrapatos, principalmente nas orelhas (Foto: Divulgação PCMS)
Todos os cães estavam infestados de carrapatos, principalmente nas orelhas (Foto: Divulgação PCMS)

Cobertos de carrapatos, sem água ou comida. Assim foram resgatados onze cachorros e uma gata na Vila Taveirópolis, nesta terça-feira (27) em Campo Grande. Homem de 47 anos assumiu ser o responsável pelos animais e foi preso em flagrante pela Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista).

O caso foi denunciado à delegacia especializada na segunda-feira e ontem investigadores, veterinários e agentes administrativos da subsecretaria do Bem-Estar Animal e do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) foram ao endereço.

Animais cobertos de carrapatos (Foto: Divulgação PCMS)
Animais cobertos de carrapatos (Foto: Divulgação PCMS)

No local encontraram 11 cães e uma gata, uma que está cega e prenha, em situação deplorável. Os animais não tinham alimento ou água, o espaço em que estavam era insalubre, com fezes por toda parte e muita sujeira.

Os onze cachorros apresentavam infestação de carrapatos, principalmente nas patas, barriga e orelhas. Por toda a casa, no chão e paredes, os policiais encontraram o aracnídeo. A gatinha tinha sinais claros de desnutrição e desidratação.

Quando chegaram ao endereço, os policiais encontraram apenas a dona da casa, de 72 anos. Descobriram que ela possui problemas mentais e foi interditada judicialmente. A responsável por ela, no entanto, está internada com covid-19.

O filho da curadora era quem estava cuidando da moradora. Ele chegou ao local durante as fiscalizações e explicou que mora na casa há seis anos e ajuda nos cuidados com a idosa, que é sua madrinha. Afirmou também que era o responsável pelos animais e que eles estavam em “perfeitas condições”.

Para os policiais alegou que não via qualquer característica de maus-tratos na situação. Ele foi preso e os animais resgatados pelas equipes.

Animais resgatados vão passar por tratamento (Foto: Divulgação PCMS)
Animais resgatados vão passar por tratamento (Foto: Divulgação PCMS)

Viagens de trabalho - Na delegacia o homem afirmou que precisou viajar fazer manutenção nas mesas de bilhar de vários estabelecimentos do Estado nos últimos dias. Saiu de Campo Grande em 19 de julho e passou por Anastácio, Aquidauana, Guia Lopes, Jardim, Naviraí, Sidrolândia e Terenos.

Só voltou à cidade na segunda-feira (26). Nesse período a mãe, que é responsável pela idosa, foi internada com covid-19. A madrinha ficou sozinha em casa e tinha a dever de alimentar os animais. A polícia vai apurar se a mulher tinha condições de ajudar no cuidado com os cães e a gata.

Para explicar a sujeira do terreno, o homem afirmou que não teve tempo de cuidar do quintal porque viajou, por isso havia lixo acumulado. Alegou também que sabia da infestação de carrapato nos cães e assim que recebesse o pagamento de agosto compraria remédio para o tratamento.

Além disso, negou deixar de alimentar os animais, afirmou que mistura até polenta na ração para dar a eles e sempre deixa água disponível. Falou ainda que não doou os filhotes porque a madrinha não aceitava.

“Não aceita que os cachorros sejam doados. Os cães são meus, mas não tem como impor minha vontade”, disse. Os policiais ainda questionaram o fato dele ter deixado a idosa sozinha na casa por tantos dias e ele alegou que ela não aceita outra pessoa por perto, mas que ligou todos os dias.

Apropriação - Durante o flagrante os policiais ainda desconfiaram que o suspeito estava usando o dinheiro da previdência da dona da casa, recebido mensalmente, ilegalmente.

Isso porque nas conversas com a equipe ele informou que não tinha renda fixa e recebia diárias para manutenção de mesas de sinuca. Ainda assim, comprou um Citroën C3 por R$ 33 mil no início do ano, deu R$ 4 mil de entrada e parcelou o restante, um total de R$ 784 por mês.

Esse fato também será investigado pela Polícia Civil.

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