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Capital

Possível mal súbito causou acidente que levou Maycon, braço direito da família

Único filho homem entre três, Maycon nunca havia apresentado problemas de saúde até então

Lucia Morel | 15/12/2021 15:52
Possível mal súbito causou acidente que levou Maycon, braço direito da família
Maycon com parte da família na praia, em janeiro deste ano. (Foto: Arquivo da Família)

Sonhador, Maycon William Virgini Berge, de 19 anos, deixou esta vida e também muita saudade à família, de quem ele era o braço direito. Ele morreu em acidente na última segunda-feira no Km 481 da BR-163, próximo ao viaduto do Dahma, na região do Bairro Noroeste, saída para Três Lagoas, em Campo Grande.

Prestativo e trabalhador, como o classifica o pai, o construtor Luiz Berge, de 51 anos, Maycon estava feliz com a formatura em escola técnica, que ocorreria ontem; queria fazer faculdade de Medicina Veterinária; já planejava casar com a namorada e com a ajuda do pai, ia inaugurar uma garagem de carros em janeiro.

“Ele estava muito feliz com tudo. Ia viajar agora, estava tudo marcado já”, contou Luiz, ao que a irmã de Maycon, Luivane Virgini Berge, 26, completou que a viagem seria para Santa Catarina, com a família.

Possível mal súbito causou acidente que levou Maycon, braço direito da família
Maycon com a namorada, Isabeli. (Foto: Arquivo da família)

A fatalidade infeliz que o afastou de seus sonhos é marcada por uma suspeita que depende de laudos, que só saem em cinco dias, mas que foi confirmada pela fala de uma amiga da família, que estava como passageira da caminhonete S-10 que ele dirigia quando sofreu o acidente.

A mulher recebeu alta ontem e contou aos familiares que enquanto dirigia, Maycon ria e conversava normalmente até que, em determinado momento, ele ficou sério, não respondia às perguntas da amiga e nem mesmo a olhava, como se estivesse passando mal ou mesmo, desmaiado de olhos abertos.

Antes do choque da caminhonete com o caminhão, quando ela percebeu que Maycon “não estava ali”, ela gritou por ele duas vezes, mas não houve resposta e então ocorreu a batida, que tirou a vida do jovem. Sem lesões, a mulher ficou em observação por um dia por ser hipertensa e diabética. “Ela entrou em choque”, disse Luivane.

Único filho homem entre três, Maycon nunca havia apresentado problemas de saúde até então e para a família, o suposto mal súbito não tem uma explicação. A certeza é de que ele não errou, nem fez ultrapassagem indevida. “O que me consola é saber, ter certeza que ele foi para o céu”, comenta entre lágrimas o pai, que tinha o jovem como braço direito e responsável pelo acompanhamento de todas as contas da casa.

“Ele não tinha nada, era sadio, uma vitalidade incrível, só quem conhece pra saber”, afirmou Luiz, lembrando que além de ajudá-lo nas construções, Maycon era prestativo em tudo, alegre e totalmente confiável.

Quieto nos momentos de tensão, para a mãe, Vanderlina Barbosa Virgini Berge, 46 anos, o que fica é o que ele ensinava com sua mansidão. “O silêncio dele ensinou tudo, não precisava falar nada, só suas atitudes de não dever nada pra ninguém já demonstravam o que era certo”, relata.

Possível mal súbito causou acidente que levou Maycon, braço direito da família
Com as irmãs, pai, mãe, amigo de infância e sobrinhas. (Foto: Arquivo da Família)

Da saudade, a família tira forças para continuar e acredita que Maycon deixou um pedacinho dele em cada um com quem conviveu. “Era o melhor filho do mundo. Dói muito”, encerra Luiz.

Maycon foi enterrado ontem com as roupas que usaria em sua formatura. Sobre o possível mal súbito, os laudos devem sair em cinco dias, segundo a família.

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