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Capital

Prefeitura recusa proposta do governo para ampliar número de leitos de UTI

Há quase um ano o governador Reinaldo Azambuja tenta parceria com a prefeitura, que não é levada adiante pela administração municipal, responsável pela gestão plena da saúde na Capital

João Humberto | 22/07/2016 16:22
O Estado disponibilizou dez leitos de UTI no Hospital Regional e trabalha para abrir 40 novos leitos em hospitais de Campo Grande (Foto: Eliel Oliveira)
O Estado disponibilizou dez leitos de UTI no Hospital Regional e trabalha para abrir 40 novos leitos em hospitais de Campo Grande (Foto: Eliel Oliveira)

A Prefeitura de Campo Grande recusou proposta do Governo do Estado para ampliação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e aquisição de mais respiradores. De acordo com a assessoria de imprensa do Executivo estadual, há quase um ano o governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), tenta parceria com a prefeitura, que não é levada adiante pela administração municipal, responsável pela gestão plena da saúde na Capital.

Conforme informações do governo, a prefeitura é responsável pela palavra final em todo e qualquer investimento para o setor da saúde em Campo Grande, já que detém o comando da regulação de vagas, por exemplo. Devido à gravidade da situação dos pacientes que buscam atendimento intensivo, o Executivo estadual viu a necessidade em oferecer mais leitos e respiradores.

A proposta para evitar que o quadro de saúde se agravasse foi apresentada pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) à prefeitura no começo de 2015. Segundo o governo, o projeto incluía não apenas a questão da UTI, mas leitos de internação e outros serviços e chegou a ser discutido, mas nunca levado adiante pela administração municipal.

Pela hierarquia definida pelo Ministério da Saúde, a Prefeitura é a única que pode administrar todo e qualquer investimento feito no setor bem como autorizar a instalação de novos leitos. É responsável, inclusive, por administrar recursos do SUS (Sistema Único de Saúde).

O Estado disponibilizou dez leitos de UTI no Hospital Regional e trabalha para abrir 40 novos leitos em hospitais de Campo Grande. Outros 30 leitos de terapia intensiva estão sendo implantados nos municípios de Dourados, Nova Andradina e Ponta Porã, para que os pacientes dessas cidades e entorno não se desloquem à Capital, onde faltam vagas.

Atualmente há déficit de vagas nas UTIs dos hospitais em Campo Grande, mas alternativa que poderia amenizar problema é descartada pela prefeitura (Foto: Cleber Gellio/Aquivo)
Atualmente há déficit de vagas nas UTIs dos hospitais em Campo Grande, mas alternativa que poderia amenizar problema é descartada pela prefeitura (Foto: Cleber Gellio/Aquivo)

Novos leitos – Como o Estado não é autorizado a fazer contratos diretamente com os hospitais, a prefeitura precisa autorizar a instalação dos novos leitos na Santa Casa, Hospital do Câncer e HU (Hospital Universitário). Por determinação do Ministério da Saúde, o governo é obrigado a repassar o dinheiro dos leitos à administração municipal e aguardar os procedimentos.

A abertura de leitos de UTI pode ser feita com equipes terceirizadas para que não haja custo de instalação, apenas com manutenção mensal, de acordo com o Executivo estadual. Outra medida estudada pelo Estado é a tentativa de viabilizar espaços ociosos nos hospitais que possam vir a abrigar Unidades de Terapia Intensiva, devido à falta até de espaço físico na Santa Casa.

Enquanto o imbróglio continua, o Estado concentra seus esforços na Caravana da Saúde. Em 40 dias, foram realizados mais de 200 mil procedimentos médicos na etapa realizada na Capital.

Durante os trabalhos, no entanto, o governo solicitou à Prefeitura firmar convênios com os hospitais para ampliar a oferta de serviços, mas a parceria não foi concretizada e os pacientes foram atendidos somente quando o Estado atuou diretamente junto aos hospitais por meio de credenciamento, medida essa que permite apenas atendimentos pontuais não podendo ser empregada quando se trata da questão dos leitos.

A reportagem encaminhou e-mail às assessorias de imprensas da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e da prefeitura de Campo Grande, mas até a publicação deste texto não obteve respostas.

* Matéria editada às 17h11 para correção de informações

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