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Capital

Presidente de Associação de Ubers é processado por espancar crianças

Lucimar Couto | 02/08/2017 15:03
Wellington se exaltou com declaração de prefeito a respeito dos antecedentes dos Ubers (Foto: reprodução)
Wellington se exaltou com declaração de prefeito a respeito dos antecedentes dos Ubers (Foto: reprodução)

O presidente da AMU (Associação de Aplicativos de Mobilidade Urbana) em Campo Grande, Wellington Dias da Silva, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual por maus-tratos a três crianças, à época com 12,10 e 4 anos. Os fatos, recorrentes segundo o processo, ocorrerram desde 2012, e a denúncia à justiça corre desde 2014. Neste momento, a ação está parada porque a justiça não conseguiu localizar Wellington. 

Ele é o motorista de Uber que, em reunião da categoria nessa terça-feira (1º), à qual o Campo Grande News compareceu, descontrolou-se diante de declaração do prefeito Marquinhos Trad (PSD) sobre a necessidade de regras para os motoristas de Uber, incluindo a apresentação de antecedentes criminais.

Após a assembleia, Dias só aceitou dar entrevista ao vivo se pudesse rebater as afirmações do prefeito, em tom bastante alterado. A reportagem havia ido até o local para falar do projeto de lei alternativo que a associação tenta emplacar e, quando os ânimos ficaram exaltados, não foi possível fazer a transmissão.

A equipe foi hostilizada e filmada por vários motoristas. Bastante nervoso, Dias jogou no chão a cópia de seus antecedentes criminais, em que ainda não aparece o processo por maus-tratos, e se disse vítima de censura. Em vídeo que você pode conferir ao fim do texto, ele cita que que gostaria de rebater afirmação do prefeito e comenta que Marquinhos foi "acusado de receber dinheiro da JBS", empresa pivô da delação que envolve mais de 1,8 mil políticos no País. Marquinhos, segundo divulgado, recebeu R$ 72 mil, em valores declarados à Justiça Eleitoral.

Violência - O processo criminal, com as três crianças como vítimas, informa que havia violência física e verbal. Em depoimento, duas confirmaram as agressões. Uma delas disse, inclusive, ter sido ameaçada com uma faca.

Embora o exame corpo de delito não tenha encontrado traumas, diante dos depoimentos, Wellington foi denunciado pelo Ministério Público Estadual. O Conselho Tutelar identificou que houve maus-tratos. 

A Justiça suspendeu o processo, porque Wellington não apresentou defesa, mesmo após diversas tentativas. Em novembro, o MPE (Ministério Público Estadual) pediu a suspensão do processo e também prazo de prescrição, até que o réu seja identificado. A pena para maus-tratos é de até 4 anos, nos casos mais graves.

A informação sobre essa ação não consta dos antecedentes criminais do motorista. Isso porque são consideradas apenas processos que já transitaram em julgado, ou seja, às quais não cabe mais qualquer tipo de recurso. 

O Campo Grande News entrou em contato com Wellington. Ele se recusou a conversar com a reportagem por telefone e solicitou que a entrevista fosse realizada pessoalmente no período da tarde. Mais tarde, informou que não poderia falar sobre esse assunto.

Guerra – A Uber e o município travam uma batalha em torno da regularização do serviço na cidade. Os condutores do aplicativo alegam que a empresa já exige certificado de idoneidade.

A declaração do prefeito que provocou a revolta dos motoristas é de que casos como o atentado na semana passada, em que um profissional foi ferido e duas pessoas morreram, exemplificam a necessidade de regras rígidas para garantir a segurança dos passageiros.

O município também exige que a Uber tenha sede na cidade, serviço de atendimento ao consumidor e que os condutores sejam cadastrados junto ao município. Uma outra exigência é de que as placas sejam locais, para evitar, também a fuga de impostos para outras cidades.

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