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Capital

Preso com 35 celulares recebia até mil reais para desbloquear iPhone

Na casa onde um dos presos morava, os pais achavam que ele fazia apenas manutenção de celulares

Ângela Kempfer e Bruna Marques | 18/12/2020 11:57
Celulares apresentados na Derf na manhã de hoje. (Foto: Marcos Maluf)
Celulares apresentados na Derf na manhã de hoje. (Foto: Marcos Maluf)

Homem acusado de receptação de, ao menos, 35 celulares, confessou à polícia que recebia entre R$ 350 e R$ 1 mil para desbloquear os aparelhos. O valor mais alto era cobrado pelo serviços com iPhones, que demoravam em média 12 dias entre o roubo e a liberação para a revenda.

Os telefones foram recuperados durante operação que começou na segunda-feira passada, de força-tarefa com participação de delegacias especializadas e coordenada pela Derf .

Pessoas vítimas de roubo devem procurar a Derf com documentos que comprovem a propriedade.

Dois foram presos na ação, Yuri Freitas Morais, de 19, e Rudinei Moura, de 27 anos. Na casa de Yuri, no Bairro Pioneiros, foram apreendidos 28 celulares. Um deles, inclusive, no momento em que os policiais chegaram, estava conectado em aplicativos criados para o desbloqueio.

Rudinei também estava na casa, foi levar um dos celulares roubados para o desbloqueio.

Polícia também apreendeu computadores que eram usados para o desbloqueio. (Foto: Marcos
Polícia também apreendeu computadores que eram usados para o desbloqueio. (Foto: Marcos

Yuri usava ferramentas até para inibir os dispositivos de localização e evitar o rastreamento dos celulares roubados. Ele mora com os pais, que garantiram à polícia não saber da receptação e achavam que o filho apenas trabalhava com manutenção de celulares.

Em depoimento, o rapaz admitiu que conseguia cerca de R$ 4 mil por mês com o serviço feito aos ladrões.

As investigações começaram há cerca de 3 meses, porque a Derf perceberem que os ladrões deixaram de descartar os iPhones roubados., Até então, quando percebiam que o aparelho era da Apple, eles jogavam fora por conta da dificuldade de desbloqueio.

Como os celulares continuavam desaparecidos, a polícia ligou o alerta e descobriu o esquema para liberação de uso. Ao contrário do verificado normalmente, roubavam e não descartavam iPhone, porque são rastreados. As equipes passaram a monitorar suspeitos de receptação e chegaram ao endereço do bairro Pioneiros

Os outros sete aparelhos estavam em outros endereços, que não foram divulgados.

Delegado Fábio Brandalise, da Derf. (Foto: Marcos Maluf)
Delegado Fábio Brandalise, da Derf. (Foto: Marcos Maluf)

Em 2019, Yuri foi preso por assalto em farmácia. Também segundo a polícia, agora, em depoimento, ele contou que desistiu de roubos e resolveu investir na receptação

Também foram apreendidos dois notebooks, dois tablets e 1 computador que eram utilizados para o serviço, além de uma máquina de cobrança de cartões, o que evidencia o comércio no local.

"Fica o alerta, para as pessoas. Antes de adquirir um celular, exija a nota fiscal ou, no minimo documento com dados da pessoas que vendeu", orienta o delegado da Derf, Fábio Brandelise.


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