Preso em operação por corrupção, PM do Choque é transferido por "inconveniência"
TJ expediu mandado de busca e detenção contra Fabio André Hoffmeister Ramires, ligado à Tercam Construções

Fabio Andre Hoffmeister Ramires, preso ontem durante a Operação Spotless, é 3º sargento da PM (Polícia Militar) e estava lotado no BPMChoque (Batalhão de Polícia Militar do Choque). Hoje, conforme decisão do comando da corporação, foi transferido “por inconveniência da permanência” na unidade.
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O 3º sargento da Polícia Militar, Fabio Andre Hoffmeister Ramires, foi preso durante a Operação Spotless e transferido do BPMChoque para a Diretoria de Gestão do Presídio Militar Estadual. A operação investiga esquemas de corrupção envolvendo servidores públicos, empresários e políticos em Mato Grosso do Sul. A investigação revelou uma organização criminosa que fraudava licitações em Terenos, com participação do prefeito Henrique Wancura Budke. O esquema, que movimentou mais de R$ 15 milhões no último ano, direcionava contratos públicos para empresas específicas através de editais manipulados e simulação de competição.
A portaria, assinada pela subcomandante da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), Neidy Nunes Barbosa Centurião, tem base no Decreto nº 1.093/1981, que regulamenta a movimentação de policiais militares. Por decisão administrativa, Hoffmeister foi removido para a Diretoria de Gestão do Presídio Militar Estadual, em Campo Grande.
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A Operação Spotless foi deflagrada para apurar supostos esquemas de corrupção envolvendo servidores públicos, empresários e políticos. Foram expedidos 16 mandados de prisão e 59 de busca e apreensão.
O policial militar figura na lista de mandados de busca e de prisão cumpridos ontem, durante a operação deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) em Terenos e Campo Grande. Até ontem, estava detido na Depac/Cepol (Delegacia Especializada de Pronto Atendimento Comunitário), mas deve ser transferido para o Presídio Militar.
Na decisão do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), expedida pelo desembargador Jairo Roberto de Quadros, constam mandados de busca na casa de Fabio Andre e na empresa Tercam Construções Ltda, listada como “endereço profissional” do PM.
Segundo dados da Rede Sim, a Tercam Construções consta em nome da mulher do PM, Jucelia Maria de Oliveira, com sede na Vila Bandeirantes e tendo como principal atividade a construção de prédios. A empresa foi aberta em setembro de 1993 e atualmente tem capital social de R$ 300 mil.
No histórico do PM, consta que ele recebeu, em 2 de junho de 2023, a medalha de bronze por contar com mais de 10 anos de “bons serviços prestados à ordem, à segurança e à tranquilidade do Estado”. Em 2022, também foi admitido na Loja Sacerdotes do Direito nº 47 da Maçonaria em MS (Mato Grosso do Sul). Como 3º sargento da PM, tem salário de R$ 8.038,46.
A cerimônia teve a presença de outros alvos da operação: o prefeito Henrique; Orlei Figueiredo Lopes, ex-dono da Cerealista Terenos; empreiteiro Hander Luiz Correa Grote Chaves, proprietário da HG Empreiteira & Negócios Ltda; Genilton da Silva Moreira, da Base Construtora Logística; Tiago Lopes de Oliveira, da Construtora e Empreiteira Real; Rogério Luís Ribeiro, da Marsoft Informática, Construções e Serviços.
Investigação – A Operação Spotless investiga esquema de fraude em licitações, com direcionamento a empreiteiros em Terenos. O esquema, segundo apurado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), tem participação do prefeito da cidade, Henrique Wancura Budke (PSDB).
A investigação constatou a existência de uma organização criminosa, instalada no município de Terenos (MS), voltada à prática de crimes contra a administração pública, com núcleos de atuação bem definidos e liderada por um agente político que atuava como principal articulador do esquema criminoso.
A organização criminosa se valia de servidores públicos corrompidos para fraudar o caráter competitivo de licitações públicas, direcionando os respectivos certames para beneficiar empresas participantes do esquema delituoso, mediante a elaboração de editais moldados e por meio de simulação de competição legítima, em contratos que, somente no último ano, ultrapassaram a casa dos R$ 15 milhões.
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