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Capital

Preso por atacar garota mirava mulheres “jovens e bonitas” para estuprar

Douglas Igor da Silva Fernandes cometeu cinco estupros entre julho e agosto daquele ano; relatos da época narram ato cometido duas vezes contra a mesma vítima e ataque a duas mulheres

Humberto Marques | 03/02/2018 15:00
Gravação de tentativa de sequestro viralizou e ajudou polícia a prender o acusado. (Foto: Reprodução)
Gravação de tentativa de sequestro viralizou e ajudou polícia a prender o acusado. (Foto: Reprodução)

A prisão de Douglas Igor da Silva Fernandes, 38, filmado arrastando uma adolescente para dentro de um automóvel no Jardim Noroeste, chocou não apenas pela gravidade do ato em si, mas também por mostrar que, dez anos depois de preso e de cumprir pena em regime fechado, o acusado se voltava novamente contra mulheres. Entre julho e agosto de 2007, Douglas foi apontado como autor de cinco estupros em Campo Grande, abusos que acabou confessando depois de confrontado por testemunhas e provas levantadas na ação.

Os crimes em série guardavam algumas características em comum, conforme os relatos à época: conforme divulgado pela imprensa local e também pelo jornal Extra, do Rio de Janeiro, Douglas sempre buscava garotas jovens e bonitas, que geralmente estavam chegando em casa, abordou-as com uma faca e vendou a maioria, levando-as de diferentes bairros de Campo Grande em carro ou moto para lugares ermos da cidade, como no Parque dos Poderes e Jardim Veraneio (região norte) e Jardim Los Angeles (sul).

Dez anos depois, a crueldade do que foi relatado ainda impressiona. Em um dos casos levados às autoridades, Douglas teria vendado a vítima, obrigando-a a usar capacete e a subir em uma moto. Dali, foi levada para o local onde sofreu a violência sexual.

Ele ainda foi acusado de atacar a mesma mulher duas vezes em poucas horas –levando-a ao Parque dos Poderes, onde consumou o ato pela primeira vez, depois à casa da vítima para lhe tomar pertences e, novamente, ao local do estupro para novo ato de violência. Ele ainda teria violentdo duas mulheres em um mesmo crime.

Os relatos à Justiça incluíram detalhes como o fato de ele ter fotografado uma vítima e a amarrado pelas mãos. Ele ainda teria intimidado as jovens para que não pedissem socorro logo, o que lhe daria tempo de fugir. Além dos abusos sexuais, Douglas foi acusado de roubar dinheiro, cartões com senhas bancárias e outros pertences das vítimas, como telefones celulares.

Digitais – A polícia chegou até o acusado naquele ano graças a exames de digitais deixadas no carro de uma das vítimas e também ao monitorar o celular roubado de uma delas –que chegou a ser vendido para um amigo. Também foram encontradas imagens dele sacando dinheiro com um cartão roubado. Após a prisão, as vítimas reconheceram seus bens e o autor confessou os crimes.

DEPCA investiga ataque a adolescente cometido por Douglas. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)
DEPCA investiga ataque a adolescente cometido por Douglas. (Foto: Paulo Francis/Arquivo)

Quando os fatos vieram à tona pela primeira vez, Douglas, à época estudante universitário, conseguiu decisão judicial em primeira instância impedindo diversos veículos de comunicação de Campo Grande de noticiarem as acusações contra ele, sob o argumento de que corriam em segredo de Justiça. O fato foi condenado pela ANJ (Associação Nacional dos Jornais).

Conforme informações da DEPCA repassadas ao Campo Grande News, Douglas Fernandes obteve a progressão de regime em agosto de 2017, a fim de cumprir o restante das penas por estupro em regime semiaberto –que lhe permite sair para trabalhar durante o dia e retornar à unidade penal à noite.

Filmagem – Em 28 de janeiro deste ano, câmeras de segurança flagraram o momento em que Douglas saiu do Chevrolet Celta que conduzia e tentou arrastar à força para dentro do veículo uma adolescente de 15 anos. Ameaçada, ela conseguiu abrir a porta e saltar do carro em movimento.

“Senti que se eu não saísse dali eu ia morrer”, revelou na sexta-feira (2), quando depôs na DEPCA ao lado da mãe. O caso ganhou repercussão graças à veiculação, na internet, do vídeo mostrando o momento do ataque e da fuga da garota. Horas depois, graças à placa do automóvel, policiais civis e militares chegavam ao nome do suspeito, então recolhido ao presídio semiaberto da Gameleira.

Neste sábado (3), outra mulher se apresentou à DEPCA relatando ter sofrido ataque semelhante ao filmado, no Jardim Montevidéu, que teria ocorrido antes de Douglas investir contra a adolescente. Ela foi orientada a procurar a Deam (Delegacia Especializada de Atendimetno à Mulher) para registrar a ocorrência.

O delegado Paulo Sérgio Lauretto, que comanda o inquérito sobre o ataque à garota, disse que apura se há mais casos de violência sexual contra mulheres com tais características a fim de verificar se há envolvimento do preso. E pede para as vítimas procurarem a Deam e a DEPCA –em caso de menores de idade– para darem seus relatos.

Douglas foi levado da Gameleira para o Instituto Penal de Campo Grande.

Veja o vídeo do ataque abaixo:

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