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Capital

Preso por furtos escolhia casas que pareciam estar vazias e que não tinham cães

Suspeito de participação na “Quadrilha do Vectra” explica como definia os alvos de furtos; delegada recomenda adoção de animais de estimação como “reforço” na segurança

Humberto Marques e Geisy Garnes | 05/01/2018 18:49
Pedro Hiago havia sido preso em 21 de dezembro e foi acusado de participar da "Quadrilha do Vectra". (Foto: Geisy Garnes)
Pedro Hiago havia sido preso em 21 de dezembro e foi acusado de participar da "Quadrilha do Vectra". (Foto: Geisy Garnes)

A prisão de Pedro Hiago Góes Paniago, 18, suspeito de participação em uma quadrilha acusada de cometer vários furtos entre novembro e dezembro de 2017, trouxe à luz, também, algumas práticas usadas por criminosos para burlarem sistemas de segurança. Além disso, reavivou uma antiga –e ainda considerada válida– recomendação a fim de garantir a proteção do patrimônio.

O acusado era suspeito de ter cometido, pelo menos, cinco furtos a residências em Campo Grande no período –quando a “Quadrilha do Vectra”, da qual faria parte, teria invadido 30 casas. Em um dos crimes, no Jardim TV Morena, ignorou alarmes e cercas elétricas, valendo-se de táticas como roupas compridas (evitando contato com a proteção da habitação) e da observação de locais que lhe renderiam lucro.

Nesta sexta-feira (5), Pedro Hiago foi levado à 4ª Delegacia de Polícia Civil para depor sobre sua participação na “Quadrilha do Vectra”. Ele estava no Presídio de Trânsito, para onde foi conduzido em 21 de dezembro passado depois de, ao lado de um comparsa, tentar levar um automóvel Mercedes Benz e vários objetos de uma casa no Carandá Bosque. Flagrado pela Polícia Militar, acabou preso em flagrante.

Escolha – Admitindo cometer furtos desde os 15 anos, tanto para comprar drogas como para atender necessidades básicas, o suspeito seria conhecido na região do TV Morena, sendo acionado por outros ladrões para delitos –também atuando sozinho. Em um dos crimes no bairro, disse ter percebido que a casa estava vazia, pois a mesma estava totalmente fechada.

“Era oportunidade”, disse, em depoimento. “Quando a casa está toda fechada sabemos que não tem ninguém”. Outro fator que influenciou na escolha envolveu a ausência de cães –que costumam latir diante de estranhos, chamando a atenção de vizinhos.

Usando calça jeans, tênis e meia, usou um dos pés para passar pela cerca, conseguindo acesso ao imóvel. “Tenho a manha”, resumiu. Já dentro da casa, puxou o fio do alarme assim que o mesmo começou a tocar. Ele não escapou da câmera e de outros sensores porque, disse, imaginou que as mesmas estavam desligadas.

Dentro de um quarto, arrombou o closet e descobriu joias de ouro –mais tarde trocadas por dinheiro e porções de maconha em uma rua próxima à feira do bairro Tiradentes. Com os bens que lhe interessavam, disse que se dirigiu ao portão social, abrindo o interruptor do mesmo, e fugiu.

“Pane seca” – O invasor havia sido filmado em uma motocicleta Shineray 50cc, que disse ter adquirido na região da Rodoviária Velha por R$ 150 –verificando inclusive a documentação do veículo, que tinha restrições. Sem combustível, a moto foi abandonada pouco depois do crime, levando-o a seguir a pé até o Tiradentes.

Preso, o acusado se disse arrependido e, por vontade própria, admitiu outros dois furtos cometidos no Giocondo Orsi. Tais crimes serão checados pela 4ª Delegacia de Polícia Civil. Já a atuação na quadrilha, bem como o furto no bairro TV Morena, vão lhe render indiciamentos –e a detenção pelo flagrante em dezembro ainda lhe garantiu retorno ao Presídio de Trânsito.

A delegada Célia Maria, titular do 4º DP, salientou que a adoção de animais de estimação acaba sendo também um meio de prevenção. “Bandido não gosta de alarde, de obstáculo. Além de fazer bem a um animal, vai ter uma segurança a mais na sua casa”, explicou ela.

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