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Capital

Primeira mulher na Corporação diz que teve de provar capacidade

Tatiane Inoue está há 19 anos no Corpo de Bombeiros de MS e hoje é major

Mayara Bueno | 08/03/2018 12:14
Tatiane Inoue, major que é a primeira mulher no Corpo de Bombeiros. (Foto: Mayara Bueno).
Tatiane Inoue, major que é a primeira mulher no Corpo de Bombeiros. (Foto: Mayara Bueno).

Em um universo dominado pelos homens, as mulheres ainda têm de provar que são capazes e de combater, com trabalho, toda fala que, em tom de brincadeira, reflete o machismo ainda presente na sociedade. Foi assim no Corpo de Bombeiros de Mato Grosso Sul, que, hoje mantém 1377 militares, dos quais, 114 são mulheres, de acordo com dados da própria corporação. Ou seja, uma bombeira a cada 10 homens.

Mas, antes disso, já houve tempo em que a Coporação mantinha 1,2 mil homens para apenas duas mulheres.

"Sentimos [o machismo] antes, agora, e ainda temos um longo caminho para ser desconstruído", afirmou a major Tatiane Inoue. Ela responde "sim" com convicção quando a pergunta é se ela ainda percebe frases machistas no decorrer de sua jornada de trabalho e até mesmo fora. 

Tatiane é a primeira mulher a assumir cargo no Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul e hoje é major - o cargo está a duas posições da patente maior, que é coronel. "Estamos na iminência". Assim como ela, a major Carla Rouledo Moretti Leite é outra mulher que ingressou nos Bombeiros e só não participou da homenagem às mulheres - feita pelo Quartel Geral nesta manhã - porque participa do Encontro Nacional de Bombeiras Militares, em Recife (PE).

No começo de sua carreira, há 19 anos, Tatiane conta que precisou se firmar e mostrar que era capaz de cumprir atividades, assim como a maioria masculina. Quando assumiu o posto, havia 1,2 mil homens e apenas ela de mulher.

"E, neste contexto, ter de conviver com homens com idade para ser seu pai e fazer com que cumpram ordens suas. Não foi fácil, mas com profissionalismo e dedicação, conquistamos respeito e admiração. Fomos além".

Mesmo hoje, em seu cotidiano, o preconceito ainda é camuflado em 'brincadeiras' ou, em alguns casos, com um certo tom de "cuidado", como quando um homem prefere não deixar para uma mulher a função de fazer um determinado trabalho, por alguma qualidade que lhe faltaria. "Falam 'não vai fazer o resgate, porque é mulher'. Não, eu vou, sou mulher, vou lá e faço o serviço bem feito", responde.

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