Produção de carne e tarifas dos EUA são debatidas em sessão da Câmara
Presidente da Nelore MS destaca importância da pecuária para a economia local e nacional

A relevância da produção de carne brasileira e as negociações dos produtores para enfrentar as tarifas dos Estados Unidos foram temas centrais durante a sessão desta terça-feira (12) na Câmara Municipal de Campo Grande.
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A Câmara Municipal de Campo Grande debateu a produção de carne brasileira e as negociações com os Estados Unidos sobre tarifas. Paulo César de Matos, presidente da Nelore MS, destacou que a raça representa 90% do rebanho nacional, gerando 148 mil empregos diretos no estado. O Brasil produz 10 milhões de toneladas de carne anualmente, exportando 2,5 milhões. Apesar das pressões da indústria após o anúncio da taxação americana, a associação conseguiu evitar prejuízos aos produtores. O país comercializa carne a preços 50% menores que os EUA, mantendo sua competitividade no mercado internacional.
O presidente da Nelore MS (Associação Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Nelore), Paulo César de Matos, afirmou que a pecuária é peça fundamental para a economia local e nacional, e destacou os esforços para minimizar os impactos da política tarifária imposta pelos EUA sobre a carne brasileira.
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Segundo Paulo, a raça Nelore representa 90% do rebanho do Mato Grosso do Sul e do Brasil, que produz cerca de 10 milhões de toneladas de carne por ano, com 2,5 milhões de toneladas exportadas para abastecer o mercado global. “Dentro do nosso estado, o setor gera aproximadamente 148 mil empregos diretos, um impacto econômico significativo para Mato Grosso do Sul”, disse.
Ele explicou que, logo após o anúncio da taxação, a indústria pressionou para que os produtores vendessem a preços abaixo do mercado, o que causou preocupação. A associação agiu rapidamente para esclarecer os criadores sobre os reais impactos e buscou apoio da mídia e da sociedade para frear a pressão. “Conseguimos paralisar essa tentativa de repassar ao produtor uma conta injusta que ele já vem pagando há muito tempo”, afirmou.
Paulo César destacou ainda o papel do Mato Grosso do Sul como centro de excelência no melhoramento genético da raça Nelore, com oito dos dez maiores criadores do país no estado. Esse trabalho elevou a qualidade e a produtividade da carne, contribuindo para que o Brasil seja um dos maiores exportadores mundiais do produto.
“O Brasil pratica um preço da carne quase 50% menor que o dos Estados Unidos, com a arroba custando em média 52 dólares contra 120 dólares lá. Mesmo assim, os EUA continuam sendo um mercado importante para nós, com as exportações para o país aumentando em 2024”, destacou.
Na visão do presidente da Nelore MS, as negociações feitas pelos produtores e o acompanhamento atento das autoridades são fundamentais para garantir a competitividade do setor no mercado internacional, garantindo emprego e renda para milhares de famílias sul-mato-grossenses.
O presidente da Câmara Epaminondas Vicente Silva Neto, o vereador Papy (PSDB), também reforçou a importância de tratar o tema com pragmatismo, sem influências ideológicas. “O Brasil precisa se posicionar como um país grande e legítimo nas negociações de comércio exterior, valorizando seus produtos e garantindo sua competitividade no mercado global”, afirmou.
Segundo ele, o Brasil é o “celeiro das nações” e sua produção é essencial para alimentar o mundo. “Sem o Brasil, o mundo passaria fome. Precisamos ter coragem para enfrentar os desafios e defender o setor produtivo”, completou.
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